Tudo começou com uma apresentação escolar do Fritz e da Frida quando Jenifer Schlindwein tinha apenas 11 anos. Subiu ao palco, começou a contar as piadas que havia escrito e a plateia riu e, neste momento, no retorno das gargalhadas, entendeu o seu propósito de vida! Sentiu-se a criança mais plena do mundo por fazer os outros felizes. Sua vida seria feita de arte!

Sempre soube que seria atriz, não houveram dúvidas ou desvios na caminhada, mas isso não facilitou o caminho. Desafios sociais sempre existiram, nem todos compreendem que fazer arte é um trabalho digno e que requer profissionalização. “É preciso desmarginalizar o teatro para mostrar que fazer arte é uma profissão digna de ser valorizada, assim como qualquer outro trabalho”, afirma. 

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Ao conversarmos sobre sua paixão pelo teatro, Jenifer explica que o teatro permite às pessoas flutuarem em cenários inimagináveis, extracotidianos. É um processo de desnudar-se. Não existe terceirização ou substituição por uma máquina. “O ator é o protagonista, não quanto ao personagem, mas quanto aos sentimentos expressados. Durante a atuação nos colocamos em momentos de autocrítica, autoanálise, todos deveriam ter esta experiência, principalmente, como forma de autoconhecimento e comunicação”, conta.

Quando pergunto da Dona Trude o brilho dos seus olhos se acentuam e percebo que ali tem muito mais que apenas um trabalho, tem uma paixão pela personagem. Dona Trude surgiu em 2017 por meio do projeto “Escuta Aqui”. O projeto objetivou entrevistar pessoas de todos os bairros do município e de todos os contextos e, colhidas as informações, criou-se a peça de comédia da Dona Trude e seu marido Rubens. Em 2018, o ator que interpretava o Seu Rubens não conseguiu conciliar com a agenda de seus outros trabalhos e desistiu do papel. Porém, a Jenifer percebeu que não poderia terminar com a personagem e continuou  sozinha.

Divulgação

Sendo assim, após a aposentadoria do marido Rubens, Dona Trude continuou na ativa.  Já contou da sua viagem para Jerusalém, já teve programas de trânsito e de rádio e até campanha eleitoral fictícia. Fiquei sabendo que neste momento ela está encostada pelo INSS, mas tá que não se aguenta para contar suas histórias e dar uns palpites. Aposto que logo logo estará movimentando Guabiruba.

E quem já assistiu ou presenciou a Dona Trude, se pergunta: “essa transformação é mágica?”. Parece que sim, né! Mas a atriz garante que não, é um processo vivo que requer muito treino. Um misto de planejamento, preparação e, agora por mim, deve ter um pouco de dom nisso tudo.

Dona Trude não tem limite, afinal de contas, quem tem limite é município. Onde colocá-la, dará um show. Seu humor é sadio, nada apelativo, sem público alvo, sem classificação, para todas as idades. Assim como na frase de Sidney Baron “A cultura é a alma de um povo” e em Guabiruba a cultura é intrínseca nas pessoas, enraizadas nas tradições de cada povo, de cada família.

E finalizo com o pedido da nossa atriz “não deixem de consumir a arte”, embora toda tecnologia existente. Nada substitui o real, o vivo. Prestigiar a arte nos proporciona momentos incríveis, abre nossa mente. E já sabem né, na dúvida, Dona Trude diria “segue reto toda vida”.

 

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