Foto: David T. Silva

 

O Jornal Guabiruba Zeitung recebeu reclamações de alunos e famílias da Escola Professor Carlos Maffezzolli sobre a situação de algumas salas de aula, no início do letivo, em especial dos anos finais do Ensino Fundamental. A estrutura da unidade de ensino, localizada no bairro São Pedro, é utilizada de forma compartilhada entre Estado e Município. 

“As salas do nono ano estão deploráveis. As salas estão onde era a Informática e estão separadas por uma parede móvel de madeira, que não chega até o teto. Tudo o que o professor da outra sala fala dá pra ouvir da nossa, além do barulho dos alunos. A minha sala não tem um quadro decente. É só um quadro minúsculo do tamanho de uma TV. As salas são muito apertadas e muito quentes”, relata um estudante. Ele também conta que sua turma ficou três dias sem aula aguardando um local para estudar. 

- Publicidade i -

Os pais de outra aluna, também do nono ano, relatam que segundo a direção adjunta da escola, a sala em que a filha estuda possui 42 metros quadrados. “Parece que há um equívoco. No relato de uma das alunas não havia espaço para o professor e os adolescentes se locomoverem dentro deste espaço. Inclusive, adolescentes que não conseguiam ver o quadro para copiar alguma coisa que o professor viesse a escrever”, destaca. 

Segundo a mãe, frente a situação, ela entrou em contato com a direção da escola no dia 8 de fevereiro. “Os adolescentes do nono ano foram avisados que não haveria aula nos dias 9, 10 e 11, para poderem fazer um estudo para melhorar a situação. Hoje, (dia 14) os adolescentes foram para escola e chegando lá se depararam com uma lamentável situação, que jamais poderiam esperar, sem as mínimas condições para estudar. As duas turmas foram separadas por uma parede de madeira, que não chega ao teto. Se um professor da outra sala estiver falando, a outra sala escuta tudo e vice-versa. O quadro é do tamanho de uma TV, tipo tripé, sem apagador, onde se limpa com uma camiseta e álcool em gel”, detalha. 

Conforme ela, para se deslocar os estudantes precisam passar atrás do quadro. “Não tem cortina na sala, o sol bate sobre os adolescentes ficando muito desconfortável para estudar. Enquanto pais de uma adolescente que ama estudar, estamos preocupados. Em dois anos praticamente sem aula, eles não conseguiram se preparar para receber esses adolescentes de maneira ordeira. Fica registrada nossa indignação. Pedimos uma providência neste sentido”, conclui a mãe. 

Secretaria de Educação se manifesta 

De acordo com o secretário de Educação de Guabiruba, Alfred Nagel Neto, a questão é paliativa e todos os esforços vêm sendo realizados para resolver a situação dos alunos.  

“Em relação aos três dias sem aula, sim aconteceu, porém isso não causa prejuízo aos estudantes porque o nosso calendário contém 204 dias letivos. Por LDB, o aluno tem que cumprir 200 dias. Então, esses estudantes ainda terão aulas acima do número mínimo. Terão 201 dias de aula. Mas enfim, sabemos que não é legal não ter aula. Infelizmente aconteceu”, lamenta. 

O secretário diz que a empreiteira que realizava obras na escola atrasou o serviço. “O que acabou culminando que no início das aulas nós tivéssemos ainda em obras. Por que essas obras? É que de forma inesperada, o Estado está utilizando mais salas do que o previsto. O Estado teve um número muito grande de alunos vindo para o Ensino Médio durante o período matutino e as salas acabaram não comportando os alunos do Ensino Médio e do Ensino Fundamental. Outra questão, é o Novo Ensino Médio, que requer mais laboratórios, consequentemente mais espaço”, explica. 

“Nós ali temos uma gestão compartilhada, como é sabido. Então o prédio, a parte física, é estadual. Eu tinha passado o problema a eles também e em comum acordo resolvemos mexer onde estava a Informática e onde estava a Biblioteca, transformando esses locais em sala de aula de forma paliativa”, emenda. 

Para resolver a situação, Alfred diz que serão construídas novas salas na Creche São Pedro, para que a Educação Infantil seja retirada da Carlos Maffezzolli. Com isso, voltamos a ter um certo espaço para atender essas turmas novamente com a sala adequada. Não que essas não estejam adequadas, pois instalamos um ar condicionado  novo de 18 mil BTUs em cada uma delas na semana passada, colocamos janelas novas e mexemos nas paredes. Também colocamos carteiras novas. O que realmente ficou para trás é a divisória, pois a empresa que forneceria não conseguiu fazer em tempo hábil. Então, já havia uma divisória, mas ela não vai até em cima. Faltam 50 cm para chegar no teto”, explica

O secretário diz que já tem a Ordem de Compra e o pedido para a empresa que fará as novas divisórias.  “Acredito que durante a semana, mais tardar no início da semana que vem, esta questão seja resolvida”, afirma. 

Sobre o quadro, Alfred informa que será substituído e que as salas vão receber lousa digital e projetor multimídia. “É uma situação quase que involuntária. Nós não tínhamos o que fazer, porque não tínhamos mais espaço dentro da Maffezzolli. Infelizmente chegou em um momento que o número de alunos da escola é maior do que o número de salas, principalmente em virtude do Ensino Médio estar ocupando muitas salas durante o dia. Antes eram três ou quatro, hoje se não me engano são oito. É um problema que não se esperava nesse momento. Não imaginávamos que teríamos quatro turmas nesta situação, de forma alguma. Quando isso surgiu, encontramos uma forma paliativa para resolver. Reitero o nosso compromisso com a educação, mas as pessoas precisam entender que as coisas, às vezes, não funcionam como pensamos”, conclui. 

 

Deixe uma resposta

- Publicidade -
banner2
WhatsAppImage2021-08-16at104018-2
previous arrow
next arrow