O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Fiação e Tecelagem de Brusque (Sintrafite) realizou nova assembleia na manhã deste domingo (28) para discussão sobre a proposta de reajuste salarial encaminhada pelo Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem, Malharia e Tinturaria de Brusque, Botuverá e Guabiruba (Sifitec). Na oportunidade, trabalhadores e trabalhadoras debateram e aprovaram o percentual de reajuste salarial de 5% para toda a categoria e um piso salarial mínimo de R$ 1.915,00, o que representa 6,03% de reajuste.
O debate maior ficou por conta das 16 cláusulas encaminhadas pelo sindicato patronal, para serem inseridas na Convenção Coletiva de Trabalho deste ano, intituladas de ‘pacote patronal’. Algumas delas causaram indignação nos trabalhadores e trabalhadoras, que as classificaram como ‘escravidão autorizada’.
“Este ‘pacote patronal’ contendo essas 16 cláusulas, gerou muita insatisfação dos trabalhadores e trabalhadoras, que em votação, concederam à diretoria do Sintrafite, autorização para negociar com o sindicato patronal àquelas que entendermos possíveis de serem inseridas na Convenção Coletiva de Trabalho”, ressalta o presidente do Sintrafite, Anibal Boettger.
Iniciada em 12 de março deste ano, a Campanha Salarial 2023 da categoria têxtil vem se arrastando há mais de dois meses. Segundo o Boettger, no mês de abril o sindicato patronal sinalizou como reajuste apenas o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e nenhum ganho real. No dia 12 de maio, foi divulgado o INPC acumulado dos últimos 12 meses, resultando em 3,83%. Dias depois, em nova rodada de negociações entre os sindicatos, o patronal permaneceu com a mesma proposta de reajuste apenas pelo INPC e um piso salarial de R$ 1.900,00, que foi rechaçado em assembleia promovida pelo Sintrafite no dia 21 de maio. Na ocasião, os trabalhadores e trabalhadoras debateram e aprovaram uma contraproposta de reajuste de 10% e piso inicial de R$ 1.950,00. Já no dia 25 de maio, o sindicato patronal apresentou nova proposta de reajuste em 5%, piso de R$ 1.915,00 e o ‘pacote patronal’ com as cláusulas. “Estamos sentindo que os trabalhadores vêm se manifestando de uma forma indignada e insatisfeita com a postura do sindicato patronal, que só vem com cláusulas que visam, cada vez mais, penalizar a classe trabalhadora têxtil”, enfatiza Boettger.
Data-base maio
O presidente do Sintrafite ressalta que o próximo passo agora, é ajustar as cláusulas do ‘pacote patronal’ e encaminhá-las ao Sifitec. Sendo aceitas, ainda é possível fechar a negociação coletiva nos próximos dias.
“Nossa previsão e o que queremos, é que ajustadas essas cláusulas, se faça a redação e se assine a Convenção Coletiva ainda no mês de maio. Porém, se não avançarmos, as empresas vão fechar as folhas de pagamento com esta indefinição e nós vamos propor uma nova assembleia com os trabalhadores. É claro que os trabalhadores estão necessitando de um reajuste salarial, mas não podemos aceitar qualquer coisa que venha do outro lado, em prejuízo da categoria. E isso vai depender agora do sindicato patronal. Se o Sifitec concordar com o que vamos encaminhar, vamos assinar a Convenção Coletiva já nesta semana e em seguida, informar as empresas e escritórios de contabilidade sobre os índices de reajuste e novos valores”, complementa Boettger.