Na casa de Inês (54) e Antônio Fischer (62), na rua Antônio Fischer, bairro Imigrantes, em Guabiruba, a montagem do presépio é tradição há 37 anos. Quando decoraram a casa pela primeira vez com peças que contam a história do nascimento de Jesus Cristo, os dois estavam casados há apenas um ano. De lá para cá, os filhos chegaram, cresceram e aprenderam a amar o Natal e a representação dele nos presépios montados a cada ano. 

No  início, os presépios eram pequenos e feitos “apenas para lembrar a época do Natal”. Com o passar dos anos, assim como a família cresceu (são quatro filhos e seis netos), também aumentaram as peças e o espaço disponibilizado para o presépio, que a partir deste ano começou a ser montado na varanda de casa e aberto para visitação da comunidade, sem necessidade de agendamento. Antes, todo o cômodo da sala era que recebia a tradição. 

A montagem

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A cada ano, a família de um dos filhos fica responsável em auxiliar dona Inês e seu Antônio com os detalhes e montagem do presépio. Pais de Rodrigo, Lindomar, Alexandre e Amilton, ambos ficam felizes em ver essa tradição ser passada de geração em geração. 

“O Natal significa tudo, principalmente a união da família. O nascimento de Jesus se refere à esperança da família unida, independente da situação. E, por fim, o amor ao próximo”, ressalta seu Antônio, que vem de uma família que também vivia as tradições natalinas.

Em 2022, foi a vez do filho Alexandre, da esposa Daiane e da filha Dayara ajudarem com o presépio, embora todos participem de alguma forma. O dia 15 de novembro é a data oficial para o início do processo. Primeiro, eles dedicam um dia para coletar todos os materiais necessários e no decorrer da semana modificam o que for necessário e finalizam o trabalho. 

“É bonito ver a família se unir para preparar o presépio, pois todos têm ideias boas. Nem todas são utilizadas, pois seria muita coisa. Mas o presépio sempre fica perfeito e montado até o dia 7 de janeiro do ano seguinte”, detalha a nora Daiane. 

Segundo a família, nem sempre é possível reunir todos para a ceia ou para o almoço do dia de Natal, mas eles procuram estar juntos em algum momento desta época do ano para celebrar a união. E o presépio, com certeza, é uma dessas oportunidades. Viva a tradição! 

História do presépio

Na cidade de Nazaré, Maria foi escolhida para ser mãe do filho de Deus. Após casar com o marceneiro José ela precisou viajar grávida para a cidade de Belém. O motivo da viagem seria a participação no recenseamento obrigatório, que o imperador romano César Augusto impôs a todos os judeus. Depois de uma longa viagem feita a cavalo, o casal chegou à cidade. A localidade estava cheia e, por esse motivo, não havia quartos disponíveis nas hospedarias, sendo a estrebaria o único lugar que encontraram para repousar.  Foi neste local, diante de alguns animais, que Maria deu à luz o menino Jesus. Ao nascer em um ambiente simples, Jesus deu início a esse costume de Natal, representado por milhares de anos.

Assim como a troca de presentes e a árvore, entre outras tradições, montar o presépio e dispor dessa imagem em um ambiente de casa ou do trabalho permite que o espírito natalino continue vivo até hoje. 

Cada personagem e elemento que é retratado no presépio natalino tem seu significado cristão e representa uma figura importante que esteve presente no nascimento de Cristo. Além de Maria, José e da imagem do Menino Jesus, fazem parte da representação os três reis magos, que foram até o local de nascimento para presentear o menino. Gaspar, rei da Índia, levou incenso, Baltazar, rei da Arábia, ofereceu mirra e Belchior, rei da Pérsia, ouro. 

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