Créd. da Foto: Suelen Cerbaro

Com o crescimento populacional dos últimos anos em Guabiruba, que passou de 12 para quase 23 mil habitantes nos últimos 20 anos, a infraestrutura da cidade precisou se adequar aos novos moradores e com isso, o descarte de lixo se tornou uma preocupação. Pensando no descarte final, a prefeitura aderiu ao Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí (Cimvi), onde 11 cidades participam, para serviços como saneamento básico, tratamento de água e, no caso de Guabiruba, a coleta e destinação final do lixo.

Para que a empresa responsável recolha o lixo, é necessário criar um ponto na cidade onde os resíduos serão colocados e em seguida recolhidos. Por isso, a prefeitura criou a área do transbordo, localizada na rua Independência, bairro São Pedro, onde caminhões menores vão ficar estacionados até que um maior seja completo e vá para o descarte e tratamento final em Timbó.

O prefeito Matias Kohler explica que a cidade está passando por uma fase de transição do atual modelo, com a Recicle, para o novo com a Cimvi. “Num primeiro momento nós pensamos em renovar o contrato com a Recicle, mas o Tribunal de Contas entendeu que o contrato não era passível de renovação, então analisamos o consórcio e entendemos que o novo modelo seria até economicamente mais viável ao município”, explica. 

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Inicialmente, a criação de uma área em Guabiruba para a transposição do lixo causou boatos de que haveria um lixão no local. O transbordo, no entanto, será uma área para transição de resíduos de caminhões menores para maiores. “A área do transbordo nada mais é do que uma área onde os caminhões que recolhem o lixo ficarão estacionados por um determinado tempo até que o maior seja completo. Poderíamos fazer isso em uma área mais remota da cidade mas decidimos fazer em uma área de grande movimento, justamente para mostrar a população o que está sendo feito e para que as pessoas ajudem o poder municipal a fiscalizar o trabalho da Cimvi”, salienta o prefeito.

O Executivo não divulgou quanto vai custar a instalação da estrutura do transbordo aos cofres públicos com a justificativa de que ainda há investimentos a serem feitos que não foram completamente orçamentados. Já a adesão ao Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí custou pouco mais de R$ 887 mil, pagos em 24 vezes. 

Na sessão da Câmara de Vereadores de 23 de abril, o projeto de n°12/2019, que abordava a abertura de crédito especial e suplementar no orçamento gerou polêmica na parte referente ao transbordo. O vereador Jaime Nuss (MDB), afirmou que ele e a bancada de oposição eram a favor de parte do projeto, a que remanejava recursos para reurbanização e pavimentação, mas contrário aos valores destinados para construção do transbordo. O projeto foi aprovado com o voto contrário do vereador Godo Westarb e abstenções dos vereadores Jaime Nuss, Haliton Kormann e Vilmar Gums.

Instalação de Ecopontos

Outro grande desafio do poder público municipal é o descarte correto de eletroeletrônicos no município, para isso, além de acolher esses materiais no transbordo, a prefeitura pretende instalar contêineres em diversos pontos da cidade, que serão utilizados como pontos de coletas destes materiais como pilhas, baterias, motores e pequenos equipamentos que não são mais utilizados. Já na área do transbordo, a comunidade poderá depositar geladeiras, fogões, microondas e eletrodomésticos maiores.

“Uma pessoa estará no transbordo para receber esse materiais que serão enviados primeiramente a uma análise técnica que vai avaliar se há condições de conserto, se sim, esses materiais devidamente restaurados voltarão para o município e poderão ser doados a famílias carentes da cidade”, explica o prefeito.

A secretária de Meio Ambiente do município, Bruna Eli Ebele, acredita que além de conscientizar a população sobre a possibilidade destes materiais serem reutilizados o problema de descarte irregular na cidade será fortemente reduzido. “Com os ecopontos as pessoas terão lugares de fácil acesso para o descarte desses eletroeletrônicos então, problemas como encontramos de tvs e outros materiais descartados em lugares impróprios do nosso município não serão tão recorrentes”, afirma.

A responsável pela instalação dos ecopontos também é da Cimvi, além de Guabiruba as cidades de Ascurra, Apiúna, Benedito Novo, Botuverá, Doutor Pedrinho, Luiz Alves, Massaranduba, Rio dos Cedros, Rodeio e Timbó também instalarão os contêineres, cada estrutura custará aos cofres públicos R$ 65 mil. 

Mais retornáveis, menos lixo

Uma das indicações e sugestões do vereador Felipe Eilert (PT), nas últimas sessões da Câmara, foi da utilização de copos e utensílios retornáveis em todas as repartições públicas municipais, como escolas, postos de saúde, prefeitura e câmara. “Nos espelhamos na próxima edição da Stadtplatzfest, onde os participantes usarão copos retornáveis e pensamos em estender essa idéia a todos os departamentos públicos fazendo com que o número de lixo diário diminua drasticamente nas repartições públicas”, justificou, na ocasião, o parlamentar.

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