Fotos: Arquivo pessoal

 

Uma nova chance. Assim a faxineira Kelly Padilha Ribeiro (32) descreve a cirurgia bariátrica que realizou para tratamento da obesidade, em 10 de abril deste ano. Ela chegou a pesar 116 quilos e com 100 entrou no centro cirúrgico. Quarenta e cinco dias após o procedimento, já eliminou mais de 15 quilos e junto com eles, muitas preocupações. 

A meta é ver na balança o número 60, mas muito além dos números, Kelly contabiliza diariamente mais saúde e qualidade de vida. Já que quando optou pelo procedimento cirúrgico sofria com diversos problemas de saúde, como: pressão alta, pré-diabetes, esteatose hepática e enxaqueca. 

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A faxineira conta que foi a primeira guabirubense a realizar cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde no Hospital Azambuja, em Brusque. “Foi um processo muito bacana, muito bem elaborado. Iniciei o tratamento em outubro e em cinco meses já estava com a cirurgia marcada. Tanto a cirurgia como a recuperação estão ótimas”, conta. 

Kelly acredita que renasceu após o procedimento (método Bypass). “A bariátrica foi uma nova chance de vida pra mim, pois eu já não me sentia bem e não conseguia dormir. Não trabalhava direito. Estava muito obesa para minha altura e idade. Estava no meu limite. Nada que eu vestia me fazia sentir bem. Então, a bariátrica trouxe uma chance de eu poder me vestir e me sentir bem, de eu dormir bem. Hoje me sinto uma nova pessoa, tenho planos que eu achava que estavam perdidos. Sinto que nasci de novo”, detalha. 

Casada com o tintureiro Daniel Ribeiro, Kelly é mãe de três filhos: Jhemily (14 anos), Gabriel (10) e Rafael (7). Ela conta que recebeu todo o apoio da família e que sua rotina mudou por completo. “Eu pulava muito minhas refeições e hoje é tudo com hora certa para preparar e me alimentar”, revela. 

A paciente conta que para a realização da bariátrica é necessário acompanhamento de uma equipe multidisciplinar,  com psicóloga,  nutricionista e  nutróloga. “Meu processo foi todo pelo SUS e foi incrível, desde da primeira consulta com o cirurgião e com a equipe”, frisa. 

Preconceito 

Kelly conta que lutou contra a balança durante anos. “Eu sofria muito por ser gorda. As pessoas faziam piadinhas e muitas palavras me doíam ouvir. Chegou em um ponto que não queria ver ninguém, não queria sair de casa. Eu tentei dietas de todas as formas para emagrecer, já não sabia o que fazer. Optar pela cirurgia foi difícil pra mim, eu tinha vergonha de falar que ia fazer bariátrica, porque muitos dizem “ah, com cirurgia é fácil”,  mas na verdade não é. A cirurgia é um procedimento bem difícil. O tratamento psicológico é que me fez entender que eu não podia ter vergonha disso, porque só eu sei o que já passei. Me fez entender que a decisão de fazer era o passo mais difícil  e que se eu não fizesse isso por mim, mais ninguém poderia fazer”, desabafa. 

“Então pensei em mim, na minha saúde e nos meus filhos, porque eu já perdi muitos momentos da vida deles por causa da minha obesidade. E fui para a cirurgia”, completa. 

Procedimento

Kelly explica que em abril de 2022 passou muito mal e foi até o posto de saúde do bairro onde mora, Lageado Baixo. “A médica me passou diversos exames e quando saiu o resultado disse que meu fígado estava comprometido e que eu precisava urgente me tratar. Foi então que ela preencheu os papéis com o pedido da Bariátrica, mesmo eu ainda não querendo fazer. Disse que seria uma ótima opção pra mim pois meu caso era grave”, recorda. 

De acordo com ela, em agosto a Secretaria de Saúde de Guabiruba entrou em contato para explicar sobre o encaminhamento para a primeira consulta com o cirurgião.  Em novembro já fez os exames, entre eles endoscopia, ultrassom do abdômen, eletrocardiograma e vários exames de sangue. “Em dezembro já tive a primeira consulta com a equipe multi. Em janeiro  e fevereiro tive retorno. Também assisti palestras mensais de preparação com muitas informações úteis. Em março eu fui na consulta e pediram para levar a pessoa que iria me acompanhar, pois a gente precisa de ajuda pra tudo nos primeiros dias”, ressalta. 

Kelly diz que sua relação com a comida já está bem tranquila. “Estou comendo a comida normal em pouca quantidade, só preciso mastigar bem e devagar. Os alimentos precisam ser bem cozidos para não pesar no estômago e ainda não posso comer coisas gordurosas, frituras e açúcar, e nada muito temperado”, detalha.

Conforme Kelly, o SUS cobre também cirurgia plástica reparadora após um ano da bariátrica. “Se houver necessidade da reparadora eu pretendo fazer, mas se eu conseguir resolver só com exercícios e academia será melhor pra mim”, conclui. No perfil @kellypadylha, ela conta sobre o procedimento para incentivar outras pessoas a se tratarem da obesidade. 

 

 

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