Qual o impacto da COVID-19 na mobilidade das pessoas em diferentes países do mundo? Este foi o questionamento central do webinar internacional que o Centro Universitário de Brusque (UNIFEBE) participou nesta terça-feira, 30. A videoconferência promovida pela Universidade de Ciências Aplicadas de Karlsruhe, da Alemanha, contou com a participação de estudantes, professores e representantes da Universidade das Filipinas – Escola de Planejamento Urbano e Regional, e da Universidade de Waterloo – do Canadá.
O evento virtual foi realizado pelas instituições participantes dos Workshops de Mobilidade Sustentável, Hands on Sustainable Mobility, que teria mais uma edição presencial prevista para maio deste ano, na Alemanha. Por causa da pandemia, a edição não pôde ser realizada, porém, com o objetivo de manter o contato e a troca de experiências entre os alunos e as universidades, surgiu a ideia de realizar o webinar.
Acadêmicos e egressos da UNIFEBE dos cursos de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo e Sistemas de Informação, representaram a instituição nas apresentações. Com uma breve contextualização sobre Santa Catarina e Brusque, os estudantes falaram sobre os casos de coronavírus no estado e no município.
Ao abordar os impactos da COVID-19 na mobilidade de Brusque, os alunos expuseram os resultados de um questionário, aplicado entre os dias 17 e 25 de junho. Com 226 respostas sobre as mudanças de hábitos e comportamentos, os acadêmicos concluíram que o uso de transporte público diminuiu mesmo após as medidas de relaxamento da quarentena, enquanto o uso de carro particular aumentou, se comparado ao período antes da pandemia.
Além da pesquisa, os estudantes falaram sobre as barreiras sanitárias implantadas durante a quarentena e sobre o Centro de Orientação e Atendimento COVID-19 criado na UNIFEBE. A acadêmica da 5ª fase de Arquitetura e Urbanismo, Eduarda Fischer Marchiori, foi uma das estudantes que apresentou os dados sobre os impactos em Brusque. O contato com a pesquisa a instigou a buscar mais. “Eu me interessei muito pela área de pesquisa, pois a gente precisa ter dados antes de elaborar os projetos. Graças a esse questionário foi possível confrontar os dados e ter um parâmetro de como a pandemia tem impactado a mobilidade urbana do nosso município”, comenta Eduarda.
Mobilidade Internacional
A Universidade de Filipinas abordou a questão de mobilidade em Manila. Os estudantes evidenciaram que, durante a quarentena, muitas pessoas optaram por se deslocar com bicicletas ou caminhando, e chegaram a contabilizar 35 ciclistas por minuto em uma única via.
Já a Universidade de Karlsruhe, na Alemanha, mostrou que houve uma diminuição do volume de carros durante algumas semanas da quarentena. Como nas Filipinas, o uso de bicicletas também aumentou durante o período de restrição e, agora com o relaxamento da quarentena, o uso do transporte coletivo voltou a aumentar no distrito. Para incentivar o uso de bicicletas e a prática da caminhada, pensando em não causa aglomerações, foram criadas novas linhas de bicicletas na cidade.
A Universidade de Waterloo, no Canadá apresentou os estudos realizados na cidade, que como em Karlsruhe também providenciou vias temporárias para uso de ciclistas e práticas de caminhada. Para incentivar o uso do transporte coletivo, o poder público optou por não cobrar as taxas de utilização de ônibus entre os dias 2 de abril e 31 de maio, período de relaxamento da quarentena.
A Universidade de Waterloo, no Canadá apresentou os estudos realizados na cidade que, como em Karlsruhe, também providenciou vias temporárias para uso de ciclistas e práticas de caminhada. Para incentivar o uso do transporte coletivo, o poder público optou por não cobrar as taxas de utilização de ônibus entre os dias 2 de abril e 31 de maio.
Para a supervisora de Pesquisa e Internacionalização da UNIFEBE, professora Rafaela Bohaczuk Venturelli Knop, é uma oportunidade única compartilhar esses conhecimentos com outras universidades do mundo. “Foi enriquecedor para nós como instituição de ensino e pesquisa, mas, principalmente, para os nossos acadêmicos que, como cidadãos, puderam analisar esses impactos mundiais”, enfatiza Rafaela.
Logo após as apresentações, a professora da Universidade Técnica de Dresden, na Alemanha, Angela Francke, também apresentou seus resultados preliminares sobre a pesquisa envolvendo o novo coronavírus e a mobilidade urbana. A webinar foi finalizada com um debate entre professores e acadêmicos sobre a temática discutida.
A reitora da UNIFEBE, que também acompanhou a videoconferência, frisa a importância de debates como esse para entendermos de fato os impactos da pandemia. “Muitas coisas mudaram e o mundo inteiro precisou se reinventar. Como universidade comunitária temos um compromisso com a população, de desenvolver conhecimentos em prol da qualidade de vida. Nosso objetivo é que novos debates como esse sejam viabilizados entre as universidades parceiras”, conclui Rosemari.
Também representando a UNIFEBE participaram da videoconferência a pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura, Edineia Pereira da Silva, a assistente administrativo Larissa Fischer, e os professores da instituição, Karol Carminatti, Francisco Skorupa, Anderson Buss e Hannelore Nehring.