Os grupos de músicas já se adaptaram à nova realidade forçada pela pandemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS- Cov 2 ou Covid-19). Grupos como Alemão em Canto, do bairro São Pedro, e os corais infantis, juvenis e adultos orientados pelo músico Sidnei Ernane Baron divulgaram o resultado de ensaios virtuais e canções gravadas isoladamente e, pela tecnologia, unidas.
O Festival de Food Truck, marcado para julho, teria uma apresentação com o músico brusquense Rogerinho Las Flores, que tem no reggae seu estilo de trabalho. No entanto, com a pandemia, a Orquestra Municipal de Guabiruba e Rogerinho decidiram fazer um show virtual. A apresentação está disponível na página da Prefeitura de Guabiruba no Facebook e no perfil do Instagram. A música, uma composição de Rogerinho Las Flores, se c ama “Há Felicidade”.
“Azul da Cor do Mar” foi a segunda canção apresentada pelo Coro da Unifebe em vídeo nas redes sociais. A música, que já integrava o repertório do Coro, começou a ser ensaiada virtualmente pelos estudantes bolsistas no início de junho. “Temos pensado em um repertório que faça sentido com o momento que estamos vivendo, que passe uma mensagem positiva, para que sim, possamos ver na vida algum motivo pra sonhar”, enfatiza a regente do Coro, Louise Clemente.
Bate-Papo com Louise Clemente, regente do Coro UNIFEBE
Guabiruba Zeitung: Como acontecem os ensaios virtuais? Todos os coralistas participam?
Louise Clemente: Os ensaios virtuais são realizados via Google Meet, uma vez por semana. Durante o ensaio eu (Louise) falo sobre a música, explico alguns detalhes que requerem mais atenção, abordamos sobre técnica vocal, aquecimento vocal. São repassadas orientações para que eles façam essas técnicas vocais em casa, visto que isso era feito presencialmente nos nossos ensaios. O objetivo é que eles se desenvolvam musicalmente. Os materiais de apoio como gravações, partituras, roteiros de gravação ficam disponíveis no Moodle e eles enviam via WhatsApp. A maior diferença é que agora, como cada coralista encaminha individualmente seus vídeos, os retornos acabam sendo individualizados. Tem sido bastante proveitoso, mesmo sendo uma maneira diferente de se trabalhar. Todos os coralistas participam.
Qual o maior desafio dos ensaios virtuais?
A falta de uma pessoa para cantar ao lado, de uma referência, já que em casa eles têm que cantar sozinhos. Um para apoiar o outro na hora de cantar e de se manter motivado.
Como surgiu a ideia de produzir os vídeos e como eles são feitos?
No primeiro momento, a ideia dos vídeos foi realmente para motivar o grupo, para que eles tivessem uma meta, um objetivo. Logo que começou a quarentena ficou muito forte na internet a criação de colabs musicais, feitos no aplicativo ‘A Capela’. Logo que fizemos nosso primeiro vídeo tivemos uma repercussão muito boa. Para fazer o vídeo cada coralista envia o seu vídeo cantando sozinho, e eu separo o áudio em um programa de edição e é lá que a gente retira ruídos, faz equalização, ajuste de volumes, sincronização. A edição do vídeo, para juntar todas as telas, em si é feita inteira no smartphone por mim.
Qual o critério para a escolha do repertório?
LC: O repertório do Coro é basicamente o repertório de música popular brasileira (MPB). E por conta dessa situação atual que estamos vivendo, temos buscado uma música que tenha uma mensagem, com letras positivas, que possa trazer alegria e tranquilidade para as pessoas.
Entrevista com Andresa Mariá da Silva – acadêmica da 10ª fase de Psicologia na UNIFEBE está entre os 18 estudantes que integram o grupo neste semestre. Coralista desde 2016, é Contralto.
Guabiruba Zeitung: Como tem sido participar dos ensaios virtuais?
Andressa Mariá da Silva: Participar dos ensaios virtuais tem sido um desafio, mas estou feliz por conseguir me adaptar com esse novo modelo, e transformar as dificuldades em uma experiência positiva. No início me causou bastante receio e dúvida, faz muita falta as orientações da professora durante o ensaio, apontando alguns detalhes que são bem mais fáceis de resolver quando estamos todos juntos presencialmente.
Fora dos ensaios você pratica/ensaia as músicas do repertório?
Nesse novo contexto, novas dúvidas vão surgindo, sendo assim, senti muito mais a necessidade de tirar um tempo para ouvi-las com calma e estudá-las. Nos ensaios “extras” individuais, é quando consigo aprender melhor a letra da música, e ajustar o que precisa. Depois que a professora corrige nossos áudios, tiro um tempo para regravar e melhorar meu desempenho vocal. As músicas do repertório sempre ficam na cabeça, de vez em quando me vejo cantando elas pela casa (risos).
Qual a sensação de ver a junção de todas as vozes no vídeo final?
Quando assisto o resultado, o vídeo com a junção de todas as vozes, é emocionante, gratificante. Percebo o quanto é lindo participar desse grupo, e como cada esforço vale a pena. Não só o resultado que obtemos ao final, mas todo processo pelo qual passamos, até chegar a bela harmonia. É motivador perceber que o trabalho que realizamos, chega até as pessoas causando diversos tipos de emoções, assim como em nós, coralistas, e levando um pouco de esperança, principalmente em meio a essa pandemia. A música é um meio de expressão muito poderoso, e acredito que como grupo, esse espaço nos oferece colocar para fora aquilo que há de especial em nós, e levar beleza a outras pessoas.
Como surgiu teu interesse em participar do Coro, você já gostava de música antes?
A música sempre esteve bastante presente em minha vida, desde criança pratico o canto. Comecei cantando na igreja, participo até hoje de coral e banda da igreja que congrego. A possibilidade de cantar no coral da faculdade, surgiu em uma conversa com uma colega, até então eu não sabia que o Coro UNIFEBE existia. Esperei abrir o prazo para me inscrever e fazer o teste, com bastante ansiedade e curiosidade. E desde então é uma honra fazer parte desse time. Cresci e aprendi muito ali, desenvolvi muito mais do que imaginava. Toda vez que subimos no palco, dá um frio na barriga, e cada experiência me marca de uma forma especial. Todo esse tempo participando do coral, me deu a oportunidade de construir memórias incríveis, que com certeza guardo com muito carinho.
Você pretende continuar no Coro mesmo depois de formada?
Já pensei nisso diversas vezes, e acredito que dentro das minhas possibilidades de horário, consigo manter os ensaios ativos e posso continuar fazendo parte desse projeto que é tão rico, e que me faz muito bem.