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Waldemar Imhof: 89 anos e muita história pra contar

por Redação
6 de julho de 2019
em Geral
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Quem trafega pelo trajeto de mão única da rua Alois Erthal, no Centro, pode não reparar nas árvores, à esquerda, no final da pista dupla. Elas se impõem aos fundos da residência de seu Waldemar Imhof, 89 anos, que passa parte do tempo sentado na varanda, observando a natureza e o movimento por entre as plantas.

Se o percurso for feito a pé e de forma atenta, é possível vê-lo entre os troncos e o verde das folhas. Se sozinho, estará envolto em pensamentos. Há quatro anos perdeu a esposa Leonora Regis, com uma vida marcada por debilidades físicas e que exigiu de Waldemar força e companheirismo para atender as dificuldades que qualquer doença impõe.

No entanto, ele não está sozinho. Vive na companhia das filhas Leia e Vania, de dois cachorros, chamados por ele de seus policiais, e do cigarro. Filho de Luiz e Matilde Imhof, falecidos, Waldemar tem senso de humor e gosta de assistir televisão. Telejornais e programas esportivos, além de ler o jornal. O Zeitung está entre as suas leituras semanais. E os jogos de futebol, prefere ver na televisão, que o deixa mais próximo dos lances importantes e dos próprios jogadores. O time do coração? Flamengo.

Vaidoso e com muitas convicções, ele conta o que viu e viveu da vida e para aqueles que sonham com a aposentadoria, ele, que trabalhou por 30 anos na Renaux se aposentando na empresa, dá um recado. “Bonito é quando você pode trabalhar. Vai dormir pensando no que vai fazer amanhã”, relata o avô de dois jovens que enfeitam, num porta-retrato, a cômoda do seu quarto.

Guabiruba Zeitung: Como foi a sua infância e juventude?

Waldemar Imhof: Eu tive oito irmãos, sou o terceiro mais velho. Nós tínhamos uma olaria aqui e trabalhava nela. As brincadeiras eram as de criança, correr no mato, essas coisas. Trabalhei em casa com meu pai até os 20 anos. Depois, comecei na Renaux e me aposentei. Trabalhei por 30 anos na Renaux. Ia daqui até lá em cima, na fiação do Renaux, de bicicleta. E não com uma estrada dessas aqui. Metade do caminho tinha que carregar a bicicleta. Não é como agora com essas estradas bonitas. Era fogo. Onze quilômetros de bicicleta e trabalhava das cinco às cinco. Minha falecida mãe era um relógio. Ela se levantava de manhã e chamava meu irmão e eu. Mãe é mãe. Daqui até lá em cima precisava uma hora. Quatro horas tinha que sair daqui. Claro que podia fazer em menos, mas demorava uma hora mais ou menos. Eram 22 quilômetros por dia. Naquele tempo, tinha que viver assim. Não tinha outro tipo de vida.

Outra coisa que lembro era que meu falecido pai levava verdura, essas coisas, até o Azambuja. Quando ele chegava e era noite de lua cheia, dizia que tava feio lá. Que os loucos faziam um barulho danado com a lua cheia. Isso eu nunca esqueço que ele dizia.

GZ: Como era o namoro e as festas naquela época?

WI:  Tinha três bailes. De Natal, de Páscoa e a Festa dos Atiradores. O namoro era diferente. Se andava na estrada de mãos dadas e vinha uma pessoa, tinha que largar. Hoje em dia vai namorar e já leva pra dentro de casa. Antigamente, Deus me Livre.

GZ: O senhor viu muitas mudanças nos últimos anos?

WI: Fica quieto (expressão usada com frequência). Hoje se fala de crise, crise. Crise era naquele tempo. Há 70 anos, não se tinha nada mesmo. Absolutamente, nada. Geladeira, ventilador, ar-condicionado, nada. Aquilo era crise. Naquele tempo, todo mundo era pobre. Hoje se vai no mercado escolhe o que quer, traz aquela sacola. Naquele tempo, não tinha mercado. Banha todo colono tinha, açúcar comprava pouco, era aquele vermelho, antigo. Batata, essas coisas, todo colono plantava.

Outra coisa, hoje reclamam pelo mato. Naquele tempo, não tinha nem a metade do mato que tem agora. Era tudo derrubado e plantado aipim, feito roça. Hoje foi plantado mato outra vez.

Se hoje acontece uma coisa na Alemanha, em dois minutos nós ficamos sabendo. Que mundo moderno. Antigamente demorava três quatro dias pra uma notícia chegar aqui de Blumenau.

Pra ir pra Camboriú tinha que atravessar a estrada, hoje é fácil, passa por baixo. E o trânsito é 100% melhor que antigamente.

GZ: Que lembrança da sua vida o senhor carrega com carinho?

WI: Já pensou há 60 anos ir de avião? Primeiro voo. Naquele tempo o aeroporto não era do lado de lá. Era do lado de cá, de Itajaí. Era pra sair nove horas, teve atraso e o avião saiu só de tarde. Quando o avião levantou voo, mesmo em cima do rio, ele deu uma baixada, desgraçado. Quase pulei fora do avião. Fomos para São Paulo eu e meus colegas.

Quando você sai do mato e vê, lá de cima, é a coisa mais linda do mundo. Passar por cima de São Paulo, meu Deus do Céu, lindo demais. Para nós, era vida. Ficamos dez dias em São Paulo e se teve meia hora de descanso, foi muito. Era programa atrás de programa. Automóvel, de ônibus e no final a pé porque acabou o dinheiro. Fomos eu, o Ilmar Dirschnabel, Germano Debatin e o Silvio e o Elvidio Wippel.  O Wippel trabalhava com confecção lá, com os ricos. E nós andava com ele lá. Era uma alegria pra ele também, porque ele era meio deficiente e nunca ia no campo de futebol e com nós ele foi por tudo. Mas era o seguinte, um do lado de cá e outro do lado de lá pendurava ele nas costas. Era festa e cerveja. Essa viagem marcou a minha vida. Lá no Ipiranga, a polícia acompanhou e nós tinha medo. Mas foi lindo. Tem coisa melhor que a juventude?

Há uns sete anos fui pra São Paulo outra vez na formatura do meu neto. A mudança que deu, meu Deus do Céu. O mercado público,.., nem adianta falar.

GZ: Os colegas que viajaram para São Paulo com o senhor estão vivos?

WI: Só eu e o Germano Debatin. Os outros faleceram.

GZ: O senhor se envolveu com política no município?

WI: Alguma brincadeira nós tinha. Apoiava o dr. Fracisco Daliga, gaúcho.

GZ: Como foi a época da guerra?

WI: Meu falecido pai não saia da rádio. Meu vizinho tinha um rádio. E os alemães torciam para o Hitler, aquele desgraçado. Não importa o que ele fazia. Quase todo alemão era pra si. Naquele tempo era proibido falar alemão. Se nós falava alemão, no outro dia a polícia aparecia e colocava na cadeia. Eu era sindicalista. Um dia tava no sindicato e a polícia entrou lá e falou ninguém se levanta daqui. Mandaram ficar quieto, tinha que ficar e pronto. A política era braba. O Schuma, sogro do seu Harry vinha do Bandeirante um dia e jogaram ele da ponte pra baixo.

GZ: Quais os melhores governantes que administraram o Brasil?

WI: O Lula foi ruim. Se descontrolou. Presidente bom foi Getúlio Vargas. Ele abriu as portas para os operários. Foi um grande presidente. Depois no Getúlio, o Juscelino Kubitschek, que fez Brasília toda. Também foi um grande presidente.

GZ: O que o senhor pensa enquanto fica sentado olhando para a rua?

WI: Eu penso em morrer bonito. Deixar minhas filhas bem, como estão. Morrer bonito é o presente que eu queria. De repente. Sempre digo que quando acharem o pai morto, que façam festa. Se sofrerem, o pai também sofre. E tem que saber que morrer, morreu. Viver um pouco mais, um pouco menos, mas sou obrigado a morrer. E se a família está bem, eu estou bem. Se eles estão encrencados, eu também estou encrencado. A única coisa que você tem na vida são os filhos.

GZ: Pra quem já viveu 89 anos, qual o conselho o senhor dá para os leitores que irão conhecer um pouco da sua história?

WI: Saúde e trabalho são os melhores remédios que têm. Não adianta querer ficar parado e ouvindo conversa afiada dos outros. Isso não presta.

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