Gentil e amável é como se apresenta a dona Teresinha. Mãe de quatro filhos, ela não abre mão de acolhê-los no almoço de Natal. A cada ano que passa, ela vai deixando seu legado na culinária da família.
Teresinha Siegel nasceu em Guabiruba em 1954. Viveu até os 18 anos no bairro Guabiruba do Sul junto de seus pais Osmar e Leonida Baron. Após seu casamento com Carlos Siegel, em 1973, mudou-se para a rua Lorena, no bairro São Pedro. Atualmente, Teresinha mora no mesmo local onde zela e esmera por sua casa, sua horta e seus animais.
Ao longo de sua vida, Teresinha teve cinco filhos: Fabricio, Fabiano, Fabiana, Fabinho (in memoriam) e a caçula Franceline. Todos os anos eles se reúnem com seus filhos na casa da mãe para desfrutar do almoço com o delicioso Galo Natalino.
O Galo Natalino
Teresinha conheceu o prato através de sua mãe. Desde nova ela já a auxiliava na preparação do galo. O galo era escolhido pela família durante o inverno e era alimentado durante todo o tempo até chegar o dia do Natal. Esse costume Teresinha guarda consigo até os dias de hoje. Como cuida dos animais da casa, ela mesma os alimenta a fim de engordá-los para ficarem saborosos para o almoço natalino. Além do galo, Teresinha também prepara um porco da mesma forma e com a mesma finalidade.
“Nunca faltou o galo no Natal, porque minha família gosta, então eu faço sempre para nós”, diz Teresinha, expressando seu amor pelos filhos e netos. O filho Fabiano afirma que, apesar de terem passado por tempos difíceis, o Natal sempre foi um momento especial de ser passado junto da família.
Pelos filhos fazerem parte da Sociedade do Pelznickel, o Papai-Noel-do-Mato é um personagem que também não pode faltar. A filha Franceline, de 19 anos, alegra-se em poder prestigiá-los. “O Natal é um momento especial de festejar o nascimento do menino Jesus e lembrar nossos costumes antigos”, explica Teresinha sobre o Natal da sua família guabirubense.
GALO ASSADO NATALINO
O filho Fabiano se orgulha do prato preparado pela mãe. “Posso dizer que o feitio desse prato é artesanato puro, nada é industrializado e é feito por conhecimento passado por gerações e tudo manual”.
Receita
1 – Com o galo morto e limpo, deixe-o de molho por um dia no tempero com sal, cebola e alho.
2 – O recheio é feito com os miúdos do próprio galo, que é uma mistura de coração, fígado, moela, pequenos pedaços de carne de frango com temperos como salsa, cebola, alho, sal e um incremento de farinha de rosca a gosto. Tudo é moído na máquina de moer carne. Após moído, deixar na geladeira.
3 – No próximo dia, que é 25, ele é retirado do molho de tempero e recheado com o preparo dos miúdos, e todo o galo é banhado com banha de porco.
4 – Com o forno aquecido, o galo é colocado em uma forma de metal e deixado assar por duas horas.
5 – Quando estiver assado, retire e dê um banho com um pouco de molho que ficou do tempero inicial.
6 – Decoração à gosto.