Hoje voltamos com o quadro “Histórias que conectam” e no desenrolar desta trama vamos compartilhar as vivências de Primavera, nossa protagonista da vez. Como o título sugere: a estagnação gera o caos… exatamente. Andar em círculos, não sair do lugar, se sentir amarrada te faz entrar num looping de estagnação e, como a vida é cíclica, uma hora o movimento vem, eis então o caos, pois saindo de um hiato de tempo, um silêncio ensurdecedor, para uma onda de movimento, de mudança, seria equivalente a arremessar um objeto inerte num furação. Caótico. Parece dramático? Mas é porque é, assim como estava o olhar da nossa protagonista sobre a situação. 

 

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Primavera enxergava somente a falta, a escassez e assim seguia sua vida. Mas o que isto tem a ver com ambientes? Simples, sua casa vinha sinalizando a estagnação há tempos, mas ela negava a verdade, se entregando a uma ilusão. As paredes já estavam descascadas, de anos a fio que o sol escaldante e as intempéries deterioraram sua beleza, e a cor, já apagada, dava um aspecto triste e melancólico ao lar, assim como ela própria se sentia. A estrutura da casa também estava em frangalhos, com a parte elétrica precisando de conserto, sinalizando a necessidade de cuidados dos moradores, pois não era um problema isolado. Toda a casa demonstrava fragilidade, e como harmonizadora de ambientes, isto me faz questionar aos moradores, como estão interiormente, afinal, a casa é um espelho. 

 

Não vamos criar pulgas atrás da orelha, imaginar mil e um problemas onde apenas há pequenos ajustes a serem concretizados. Por isso, é importante ter um olhar experiente e capaz de compreender os sinais que a casa está emitindo. Então, fiquem tranquilos, nem tudo que a casa apresenta é espelhamento do nosso mundo interno, mas sim, é válido refletir: por que este problema se desencadeou agora? E foi o que questionei a Primavera, por que sua casa estava em colapso? Coisas quebrando a todo momento, ela disse se sentir vivendo em uma constante tormenta, que estava custando a passar. O fato de compreendermos a simbologia do nosso ambiente e o que ele está querendo comunicar é o primeiro passo desta jornada, não o único. Em seguida agir, e enfatizo aqui a palavra agir, pois a ação tem um potencial gigantesco de nos tirar da inércia. 

 

Logo, a tomada de atitude vai gerar um movimento inicial, tanto na morada externa, quanto interna. Pois se seu lar está representando o que você sente, ao gerar um movimento no ambiente, você também está criando uma nova realidade em seu mundo interno. Sei que para quem está ouvindo isto pela primeira vez parece um exagero, uma maluquice, mas acredite, não é. Já acompanhei inúmeros casos de clientes, que como a Primavera estavam com questões internas a serem harmonizadas, e ao realizar o movimento no lar, tiveram uma atenuação na problemática. Certamente vai além. Olhar para dentro, refletir quais aspectos precisam ser melhorados, buscar ajuda apropriada, seja de um terapeuta, psicólogo ou o profissional que compete ao ponto. Minha abordagem aqui apenas quer reforçar que a casa é um espelho nosso, e que ao harmonizar seu lar, você também viverá uma jornada de harmonização pessoal.

 

E foi o que aconteceu com nossa protagonista. Ela começou a reforma, primeiro consertando a elétrica em curtos, o que já surtiu efeito. Em seguida renovou a pintura da casa, tornando o ambiente mais leve e aconchegante. Estas ações lhe geraram tamanho bem estar, que ela narrava estar também mais leve e revitalizada. Agora, com as forças renovadas, como se tivesse tirado um peso das costas, ela pode dar um novo passo, mais profundo e transformador, a partir deste momento sua tarefa era realizar o movimento do desapego, liberando tudo que já não lhe faz mais sentido, tudo que não somava mais em sua vida e sua energia… não se trata apenas de doar as peças que você não usa mais, se desfazer daquilo que está quebrado ou de algum aparelho que precisa de conserto, mas que está parado há uns cinco anos. Não, não. Não é só isto. 

 

O movimento do desapego é um processo profundo, por isto recomendo o acompanhamento profissional para quem deseja trilhar esta jornada com mais leveza e suporte. Agora, se você quer se aventurar, faça o experimento. Respeite seu tempo, seu processo, mas já observando, item por item e veja quais sentimentos eles lhe despertam. Aquele móvel antigo, herança de família, lhe desperta boas sensações? Aquele presente que você ganhou da amiga, te transmite o quê? Sinta. Por isso mencionei que é um movimento profundo, pois muitos já não estão mais acostumados a sentir, ou melhor, a se permitir sentir e se deparar com o que precisa de mudança. 

Mas e como a história acaba? Primavera estava numa fase mais melancólica, por isso o processo exigiu tempo, calma, e assim ela trilhou, passo a passo, dia após dia. Mas à medida que dedicava tempo ao movimento do desapego, que ia cuidando da sua morada externa, ela se sentia mais leve, mais presente, mais dona de si. Já passaram quase três anos desde que este acompanhamento iniciou. Ela ainda dedica tempo e energia para harmonizar seu lar, mas a cada etapa vence um bloqueio, libera uma das tantas estagnações que lhe amarravam no passado. Ela aprendeu que a casa é cíclica, assim como nós, e que a cada estação há novos desafios, mas também novidades que lhe encantam. Para ela, harmonizar seu lar se tornou uma jornada de autoconhecimento, e eu só posso dizer que me sinto honrada por estar ao seu lado. Pois a cada pessoa que se permite viver em maior harmonia com seu lar, também está conquistando uma vida de maior harmonia consigo.   

 

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