O voto para vereador, especialmente em um sistema proporcional como o brasileiro, pode ser mais complexo do que parece à primeira vista. Ao optar por um candidato dentro de uma legenda partidária, o eleitor precisa considerar não apenas a eleição de seu candidato preferido, mas também a matemática eleitoral e as implicações para a composição da câmara municipal.
O sistema proporcional de votação permite que partidos apresentem uma lista de candidatos para as vagas disponíveis. Cada partido possui uma “nominata”, ou seja, uma lista ordenada de candidatos. O eleitor vota na legenda do partido e, se desejar, pode ainda escolher um candidato específico dentro daquela legenda. A quantidade de cadeiras que um partido conquistará é determinada pelo coeficiente eleitoral, que é calculado dividindo o número total de votos válidos pela quantidade de cadeiras disponíveis na câmara. Por exemplo, se uma cidade tem 10 vagas e 100 mil votos válidos, o coeficiente eleitoral será 10 mil. Para conquistar uma cadeira, um partido precisa atingir 80% desse número com os votos recebidos. Uma vez que o partido atinge 80% do coeficiente eleitoral, as vagas são distribuídas entre os candidatos da nominata com base na quantidade de votos que cada um recebe.
É aqui que entra a complexidade do voto dentro da legenda. Se o seu candidato não atingir o número necessário para uma vaga, os votos que ele recebeu ajudam a eleger outros candidatos da mesma legenda. Ou seja, seu voto não só influencia diretamente a eleição do seu candidato, mas também pode acabar puxando candidatos que você não gostaria de ver na câmara. O risco aqui é claro: você pode acabar elegendo candidatos que não compartilham totalmente dos seus valores e prioridades. Portanto, é crucial avaliar não apenas o candidato de sua escolha, mas também considerar a possibilidade de outros candidatos da mesma legenda que podem ganhar uma vaga.
Assim, ao escolher seu candidato, o ideal é investigar a lista completa do partido e refletir sobre a possibilidade de outros candidatos na nominata, pesquisar sobre a força de cada um, mensurar as reais chances de seu candidato dentro da nominata e, caso não eleito, quem seus votos ajudarão a eleger. Isso ajuda a alinhar seu voto não apenas com a eleição do candidato preferido, mas também com uma visão mais ampla de como a câmara municipal será composta. Em suma, compreender o funcionamento da votação proporcional e as nuances da nominata é essencial para garantir que seu voto realmente contribua para a representação que você deseja ter ao votar.
Mudando de assunto…
Se eu fosse você, daria uma espiadinha na nominata do partido do seu candidato… Vai que esse partido tenha algum “coelho” para tirar da cartola, não é? Fica a dica.
É bem isso… O “efeito Tiririca”é a prova de que “pior que está…” …pode ficar! Pense em seu voto como um voto conjunto, onde você não estará dando apenas voz para seu candidato ou amigo ou conhecido; mas para TODA A NOMINATA do partido no qual ele está inserido! Boa eleição para todos nós!