Em um mundo onde a tecnologia domina a infância, com telas brilhantes e jogos eletrônicos cada vez mais sofisticados, é difícil imaginar um tempo em que a diversão se resumia a correr na rua, fabricar carrinhos com materiais reciclados ou inventar brincadeiras simples, mas cheias de emoção. Foi essa nostalgia que deu vida à exposição “A História e o Tempo”, realizada pelas turmas do sexto ano da professora de história, Margit Morsch.
Com o objetivo de resgatar as memórias e brincadeiras da infância de seus pais e promover um encontro entre gerações, os alunos das escolas Carlos Maffezzolli e Vadislau Schmitt, junto com seus pais e mães, confeccionaram maquetes que representam as brincadeiras dos tempos antigos.

A professora explica que o projeto faz parte de um estudo sobre mudanças e permanências ao longo da história. “Trabalhamos as construções, as paisagens, a tecnologia, o vestuário e os brinquedos. Para tornar mais envolvente para os alunos, escolhemos o tema das brincadeiras para fazer as maquetes”, conta.
O processo envolveu criatividade e esforço familiar. “Os pais tiveram que sair da rotina, resgatar memórias e até buscar materiais em ferro velho para construir brinquedos como carrinhos de rolimã, por exemplo”, relata a professora. “É muito produtivo porque fortalece o vínculo entre família e escola. É um momento especial, em que os pais largam tudo para estarem com seus filhos”, reforça.

Entre os trabalhos expostos, estava a maquete de Yasmim de Oliveira Furlan, de 11 anos, que escolheu a brincadeira “Pé na Bola”. “Tiramos um tempo do nosso domingo para fazer juntos. Meus pais acharam muito legal e disseram que as brincadeiras de antigamente eram muito diferentes das de hoje”, conta a aluna.

Já Luiz Henrique Gandolfi, de 11 anos, optou pela brincadeira “As Cinco Marias”, um jogo que sua mãe quase não lembrava como brincar. “Ela costura, então aproveitamos retalhos de pano. Na primeira tentativa, colocamos areia dentro, mas vazava. Depois trocamos por arroz”, relembra. “Quando contei para o meu pai, ele perguntou por que eu não fiz a brincadeira que ele gostava, que era jogar bola. Mas eu quis escolher alguma que quase ninguém lembrava. Então minha mãe me ensinou e eu achei muito legal conhecer essas brincadeiras antigas.”

O projeto, que envolveu também a direção e orientação das escolas, trouxe muito mais do que simples brincadeiras: despertou memórias, aproximou famílias e mostrou aos alunos que, mesmo com o passar dos anos, a essência da diversão continua a mesma. Para a professora responsável pelo projeto, o impacto vai além da sala de aula. “Tenho alunos cujos pais já foram meus alunos. Então eles ficam muito curiosos para saber como era na nossa época. Resgatar essas lembranças da infância é algo que não tem explicação, é muito bom”, conclui.
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