Crédito: Corpo de Bombeiros/Divulgação

O município de Guabiruba se transformou em destino para a prática de um esporte radical, seus adeptos são os chamados trilheiros. Com mais de 100 quilômetros de trilhas, espalhadas por cenários fantásticos e com alto grau de dificuldade, eles se reúnem semanalmente para sentir o sabor da liberdade de pilotar fora da estrada, os chamados “off road”, em terrenos que desafiam os limites de pilotos e motos. A grande questão é: e a segurança de seus adeptos?

O jornal Guabiruba Zeitung foi a campo ouvir quem pratica o esporte para saber qual a preocupação dos pilotos nesta questão e ouviu também especialistas em segurança, afinal, nem todos que se arriscam a fazer trilha integram os grupos formados na região e sabem das regras.

No último final de semana, um piloto experiente, que conhece as trilhas de Guabiruba, sofreu um grave acidente. A queda ocorreu no fim da rua Jacob Rothermel, bairro Guabiruba Sul, em atividade de motocross em trilha de mata fechada. O Corpo de Bombeiros foi conduzido até o local com o uso de dois quadriciclos. Na chegada, o condutor da motocicleta Honda CRF 230, R.G., de 50 anos, estava consciente, relatando dores pelo corpo. O piloto ainda se encontra internado no Hospital Azambuja.

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Moto Clube Dragões da Trilha

O Moto Clube Dragões da Trilha foi fundado há 21 anos e hoje conta com 48 associados. No último sábado, dia 21, aconteceu o “Costelaço”, um evento que atraiu 130 pilotos da região e foi um destes visitantes que se envolveu no acidente, em uma trilha chamada de “Esquerda Direita” na região do bairro Guabiruba Sul. Mas, segundo o presidente dos Dragões, Claudinei Martins Valim, o Nei, os trilheiros sabem o risco que corre, mas o prazer em praticar o esporte vale a pena. No entanto, para tudo há regras que devem ser observadas para tornar o esporte mais seguro.

No próprio estatuto do Moto Clube Dragões há uma cartilha com regras importantes que são observadas por seus integrantes. Nei diz que o clube não aceita motocicletas que não estejam licenciadas regularmente. “Passamos uma relação dos participantes para a Polícia Militar com a documentação e não permitimos motocicletas sem procedência, adquiridas em leilão e que coloquem em risco o trilheiro”, explica.

Outros pontos da cartilha apontam que o piloto deve estar uniformizado com as cores do clube e numeração coincidente na moto e na camisa; o tipo sanguíneo do piloto deve estar anotado no capacete ou na carteirinha; todas as motocicletas devem estar com faróis acesos, pois em alguns casos o trilheiro pode atrasar no trajeto e ter que circular à noite. O grupo sai no mesmo horário, no início da tarde, e retorna por volta das 17h30, no Posto 10 de Junho, no Centro de Guabiruba, além da obrigatoriedade de utilizar equipamentos de segurança, inclusive óculos.

Segundo o presidente do Dragões, o que mais contribuiu para a segurança dos trilheiros foi a criação de grupos de whatsapp para a informação do roteiro a ser cumprido. O maior perigo que se enfrentava era de um piloto sozinho ou um grupo vir no sentido contrário e ocorrer um acidente. “De cinco anos para cá, com a criação destes grupos no whatsapp, um grupo sabe a trilha e a rota que está sendo feita, tornando o esporte mais seguro e não ocorreram mais acidentes graves”, relatou Nei. As trilhas escolhidas por ele, sãos sempre sinalizadas.

Orientações da segurança pública

O comandante do Corpo de Bombeiros de Guabiruba, sargento Luciano Schlindwein, recomenda que para a prática do esporte os praticantes usem todos os equipamentos de proteção recomendados. “Capacete, bota, luva, óculos, protetor de tórax e coluna, protetor de cervical, não deve fazer uso de bebidas alcóolicas, não sair para fazer trilha sozinho”, orienta.

Ainda segundo o sargento Luciano, se possuir equipamento de GPS, ao solicitar socorro, informar as coordenadas do acidente para o caso de ser necessário o acionamento de helicóptero para auxiliar no resgate; deve pedir que algum trilheiro aguarde na estrada geral (entrada ou saída da trilha) para facilitar que a guarnição encontre o local do acidente. “Se possível, evitar de movimentar a vítima para não agravar as lesões já existentes”, recomenda.

Para o instrutor de pilotagem Maicon Bertolini, que faz treinamento com os policiais da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) do 18º Batalhão da Polícia Militar, as principais recomendações são para o uso de equipamentos de segurança que seria a bota específica para off road, joelheira, protetor de cotovelo, calça e camiseta de manga longa, o colete protetor que é usado na parte do tórax e o capacete sempre bem afivelado na cabeça.

“Outro detalhe importante é que a gente nunca sabe o que vem pela frente, por mais que conheça a trilha, a natureza sempre pode nos surpreender, de repente um cipó caído, uma árvore caída, um novo deslizamento de terra, então tem que ter sempre um cuidado redobrado nessa circulação de veículo e sempre atentar para o sentido que o pessoal usa naquela trilha, pois o que sempre está acontecendo é queda da moto e no caso dos quadriciclos, um batendo com o outro”, pontua.

Por: Levi de Oliveira / Jornalismo@guabirubazeitung.com.br

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