Levi de Oliveira

Por Levi de Oliveira

O árbitro Alexandre Pedro Ramos, 42 anos, falou com exclusividade ao jornal Guabiruba Zeitung e relatou em detalhes as agressões que sofreu de um atleta do time da casa, identificado como Tiago da Silva dos Santos.

Na partida de domingo, dia 20, tudo transcorria normalmente, contou o árbitro, até que houve um impedimento contra o ataque do São Pedro. Neste momento, ele passou a ser agredido verbalmente pelo jogador que estava no banco de reservas. Ele aplicou o cartão amarelo e, diante da continuidade das manifestações do atleta, decidiu expulsá-lo. O jogo terminou 1 a 0 para o Santo Antônio, que tinha sido derrotado em casa, o que levou a decisão para as penalidades.

- Publicidade i -

Com a derrota do time da casa nas cobranças de pênaltis, começaram as agressões. “Após o jogo, eu seguia em direção à mesa quando ele se aproximou. Em momento algum eu acertei um tapa nele, porque se eu começo a agredi-lo,  eu tenho certeza que toda a equipe teria vindo para cima de mim, porque ninguém é a favor do árbitro nessa hora”, desabafa Alexandre, acrescentando que neste momento os companheiros de Tiago o afastaram das agressões que duraram cerca de um minuto.

Segundo o árbitro, no início da cobrança das penalidades os dois policiais que estavam no jogo se retiraram, retornando logo após as agressões. “Tinham mais de 200 pessoas lá, se desse um tumulto, em dois policiais não poderiam fazer nada”, analisa o juiz, lamentando que o clube não disponibilizou seguranças no portão de acesso ao campo.

Alexandre contou que a esposa do jogador, que estava acompanhada do filho de aproximadamente sete anos, veio em sua direção quando um dirigente do São Pedro estava lhe pedindo desculpas. “Ela veio por trás e com a mão direita tentou me agredir e nisso eu me defendi, foi quando ele veio novamente gritando que eu estava agredindo ela, daí os dois passaram a me agredir. Eu só protegi o rosto e não fiz nada”, relata, dizendo que recebeu chutes e socos. “A equipe do São Pedro em momento algum fez algo contra mim”, ressalta, afirmando que dois minutos depois os policiais chegaram com reforço e foram até o vestiário, algemando o agressor e colocando dentro do camburão, conduzindo – para a delegacia.

O árbitro diz que fez um boletim de ocorrência. Como ele confirmou o desejo de representar contra o atleta, foi marcada uma audiência que será realizada no Fórum da Comarca de Brusque no dia 26 de março de 2020, às 13h15.

Alexandre atua como árbitro há cerca de 15 anos. Ele integra a Associação Apito de Ouro, que ganhou a licitação para atuar no Campeonato Amador de Guabiruba. Ele diz que até já pensou em parar de apitar, mas o amor pela profissão o faz continuar. No entanto, assegura que caso seja escalado para apitar a decisão do campeonato, deseja entrar em campo com sua filha no colo para mostrar que “o árbitro também é um pai de família”, além de querer fazer camisetas e uma faixa com a mesma frase.

Além de Alexandre no apito, a partida teve a atuação dos auxiliares Givalcir de Oliveira e Altemir de Melo, experientes bandeiras, que segundo o árbitro prontamente lhe socorreram nos momentos da agressão. Ele ainda fez questão de ressaltar o apoio que teve da Secretária Municipal de Esportes de Guabiruba, na pessoa da secretária Marcia Hochsprung Watanabe, que o acompanhou em todos os momentos após a confusão.

Tiago da Silva dos Santos diz que situação não se assemelha a de Botuverá 

Tiago da Silva dos Santos, o atleta que vem sendo acusado de ser o autor das agressões afirma que tudo começou com a marcação do impedimento e sua posterior expulsão. No entanto, ele afirma que agressões ocorreram, mas que elas não foram na intensidade suficiente para deixar hematomas.

“Não foi assim uma agressão para deixar hematomas, até porque o pessoal logo me tirou e não foi como estão comentando ai, estão comparando com a agressão de Botuverá, uma coisa é o que aconteceu em Botuverá e o que aconteceu em Guabiruba é totalmente diferente, tem a parte que é igual, mas tem a parte que é diferente entre os dois fatos”, compara Tiago.

“O meu arrependimento é porque tem famílias ali, está todo mundo ali vendo e pelo caso de eu estar prejudicando o clube que eu estava defendendo e pode ser que o clube pegue punição, uma coisa que o clube não tem nada a ver, um ato que foi meu e não do clube, muito pelo contrário, foi o pessoal do clube que foi lá e me tirou de lá, não deixou que eu fizesse alguma coisa a mais”, enfatizou.

Secretaria de Esportes repudia agressões

O Campeonato Municipal é organizado pela Prefeitura de Guabiruba, por meio da Secretaria de Esportes, Lazer e Assuntos para a Juventude. A secretária Marcia Hochsprung Watanabe afirma que os fatos ocorridos no domingo são lamentáveis e que não condiz com o esporte em Guabiruba. “Principalmente o esporte na Guabiruba onde é familiar, com muitas famílias presentes nos estádios, no ginásio, nas canchas de bocha em geral, então foi bem triste o que aconteceu”, destaca.

Confira aqui a penalidade dada ao jogador.

Deixe uma resposta

- Publicidade -
banner2
WhatsAppImage2021-08-16at104018-2
previous arrow
next arrow