Empreendedor, polêmico, entusiasmado e sem medo. Luciano Hang, da HAVAN, empresa espalhada pelo Brasil com mais de 130 lojas, ficou popular nas últimas eleições presidenciais com seus vídeos e transmissões ao vivo ao criticar fortemente a esquerda, principalmente o Partido dos Trabalhadores (PT). O empresário, que emprega diretamente 22 mil pessoas e mais de 120 mil de forma indireta, transformou-se em um ativista político e percorreu o país concedendo entrevistas sobre suas lojas, ideias e, inclusive, sobre política. 

No dia 4 de novembro, o Guabiruba Zeitung foi recebido no Centro Administrativo da HAVAN, em Brusque, pelo empresário, para um bate-papo sobre o relacionamento dele com Guabiruba. Muito atencioso, Luciano atendeu a reportagem do Zeitung e a conversa você acompanha abaixo:

Guabiruba Zeitung: Como é o relacionamento do Luciano com Guabiruba? O que te agrada na cidade e o que te incomoda?

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Luciano Hang: Olha, eu sou fã da Guabiruba. Sempre que chega aqui algum artista, alguém importante, eu levo para almoçar em Guabiruba. Eu era amicíssimo do seu Harry (Kormann – falecido neste ano e proprietário do restaurante Schumacher) e da sua esposa. Temos muitos fornecedores na Guabiruba. Muitos empregos a Havan gera na Guabiruba. E Guabiruba é uma cidade dos meus sonhos. É uma cidade que tem tradição, uma cidade germânica. Eu sou metade alemão e metade italiano. E gosto da organização, gosto do trabalho, de uma cidade que vai bem, pujante, e nós queremos cada vez mais trabalhar com os fornecedores de Guabiruba para desenvolver a cidade. Então, eu só tenho que falar bem da Guabiruba, só coisa boa. 

GZ: Como começou essa relação com o Restaurante Schumacher?

LH: É um restaurante típico, um restaurante de tradição. Então vem alguém aqui, eu vou levar aonde? As comidas normais, todo mundo conhece. Tem que levar num lugar igual ao Schuma. Em Brusque também têm restaurantes que a gente leva, mas o primeiro que pensamos é no Restaurante Schuma da Guabiruba. 

GZ: Havia um boato que você tinha comprado o restaurante… 

LH: Eu acho que vou tanto lá que o pessoal achou que eu tinha comprado, mas não procede. É da família do seu Harry Kormann. Eu ouvi esse boato um dia e eu até falei com eles lá, mas não procede. 

GZ: Você sempre vai ao restaurante de helicóptero?

LH: (Risos…) normalmente quando eu pego alguém no aeroporto, eu vou para Barra Velha, a gente vê o Centro de Distribuição e de lá eu vou para Guabiruba e depois que eu venho para cá (Brusque). Ou quando eu paro aqui antes, vamos de helicóptero para ser rápido. Daqui até ali é cinco minutos, senão pega trânsito, então eu vou de helicóptero pela facilidade. 

GZ: Há uma forte relação econômica entre a Havan e Guabiruba. Existe alguma perspectiva de investimento no município? Uma loja Havan na cidade…

LH: Eu vou dizer uma coisa para você. Nós vamos continuar comprando muito da Guabiruba, gerando muitos empregos, têm muitas fábricas na Guabiruba que trabalham para a Havan. O que nós pudermos consumir de Guabiruba, que é automaticamente geração de emprego para a cidade, nós vamos. Quando eu consumo a malha de lá, eu acabo consumindo a tinturaria, o cara que faz a malha, o outro que vende o fio, o cara que produz lá e a gente consegue fazer com que a cidade cresça, gerando emprego, qualidade de vida para as pessoas. A Havan está crescendo tanto que estamos indo cada vez mais próximos do cliente. A gente colocou lojas recentemente em Joaçaba, Videira, em Barra Velha, que tinha 20 mil habitantes. E hoje é um sucesso. E a gente vai levar lojas por todo o Brasil. A Havan hoje sonha com duzentas lojas, daqui a pouco com trezentas, quatrocentas, quinhentas, seiscentas… cabe mil lojas nesse país. Vamos sonhar, quem sabe algum dia a gente chega lá.

GZ: No período eleitoral você gravou vídeos questionando a postura do prefeito e vice da cidade sobre apoiar diferentes partidos. Hoje, como está o Luciano em termos de envolvimento político com Guabiruba?

LH: Eu não acredito em alguém que torce para dois grupos políticos diferentes. Aí eu vejo o prefeito e o vice-prefeito pedindo voto para a esquerda e para a direta. É alguém que não sabe o que está fazendo. É como acender uma vela para Deus e uma vela para o Diabo. Ou você acredita em Deus, ou acredita no Diabo. É isso que eu vi os dois políticos da Guabiruba fazerem. Pedindo voto para deputados de partidos mais alinhados à direita e pedindo voto para políticos de extrema esquerda, que são contra o nosso país. Ou seja, “tem algum caroço nesse angu’. Então eu fiz o vídeo para mostrar para a população que não se pode confiar em pessoas que acendem vela para Deus e para o Diabo. 

O vice era do PT e pensa como petista. Ele só pode ter trocado de partido, mas ele continua um petista. Aliás, me falaram que na sala dele na prefeitura tinha uma foto do Lula e da Dilma (…). Tanto Brusque como Guabiruba não podem votar em pessoas que não acreditam em meritocracia, que não acreditam no trabalho, na dedicação, numa boa educação. Não acreditam que é através do suor do nosso rosto que conquistamos as coisas.

E como é que os partidos de esquerda tomaram o poder? Começa lá na Associação de Bairro e depois eles vêm a vereança, daí vão para os Conselhos Tutelares, para as escolas, para a prefeitura, aí eles ganham para deputado, daqui a pouco estão de presidente. O Brasil quebrou em 2015 graças a esse tipo de gente, de pessoas que ficavam aplaudindo bandidos, que levavam nosso dinheiro para Cuba, Venezuela, para os ditadores sanguinários, que saquearam o nosso país, a Petrobrás, o BNDES em favor de meia dúzia que distribuía de volta esse dinheiro para os partidos comunistas. 

GZ: Você apoia ou irá apoiar algum grupo político de Guabiruba?

LH: Eu me envolvo muito na política nacional. Não gosto de me envolver nem na estadual, nem na municipal. Porque eu não teria tempo para isso. Eu só peço para a população que coloque a mão na consciência e não vote em partido de esquerda. Quando eu falo em partido de esquerda, não é só o PT, que é o pior. É o PCdoB, é o PDT, é o PSOL, é a REDE (…). Tem uma frase que diz que o poder revela. O poder não corrompe uma pessoa, o poder revela. Quando você dá o poder para pessoas do mal, você vai ver o que vai acontecer com a sua empresa, cidade, com seu país, com o seu estado. É o que vimos no Brasil, (…) há quem diga: mas aquele cara é tão inteligente, é um cara tão estudioso. Eu digo para você o seguinte: quanto mais você lê o livro errado, mais idiota você fica. Nós temos que acreditar na meritocracia, no trabalho, num Estado cada vez menor. Uma prefeitura tem que ter o mínimo de colaborador possível, o mínimo de estrutura possível e gastar esse dinheiro onde? Na educação, saúde, infraestrutura, segurança, onde precisar gastar e não fazer da prefeitura cabides de emprego para se reeleger ou, pior, para reeleger um deputado, reeleger um governador, reeleger um presidente que vai contra os princípios da família, da ordem e do progresso. 

GZ: E Luciano candidato não teremos?

LH: Não… vou me dedicar ao país, vou me dedicar as nossas empresas também, que hoje têm 22 mil colaboradores diretos, 120 mil colaboradores indiretos, embora eu dedique hoje 80% do meu tempo ao Brasil. Estude aí um Adam Smith, estude um Olavo de Carvalho. Olhe o mal que o comunismo fez nesse mundo, e ele está presente na nossa cidade, no nosso estado e nós não estamos vendo. Nós nos livramos de virar uma Venezuela por pouco. Por muito pouco. 

 GZ: Você tem algum recado para Guabiruba?

LH: Guabiruba, eu amo vocês, eu quero o bem de vocês. Eu trabalho para o país e não mais para mim faz muito tempo (…).

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