Crédito: Grazielle Guimarães

Por: Grazielle Guimarães

Antes mesmo de completar 11 anos, o jovem guabirubense Valmir Zirke trabalhava como batedor de tapetes, junto com seu irmão gêmeo. Desde cedo, os dois procuravam ajudar a família de sete irmãos. É filho de Onildo e Maria Gertrudes Zirke. Por muitos anos, sua mãe foi funcionária da Prefeitura de Guabiruba e responsável por fazer e servir café aos prefeitos.

Hoje, no auge dos seus 50 anos, Zirke é o vice-prefeito de Guabiruba. Casado há 25 anos com Wiliane Greice Debatin Zirke e pai de Valmir Gustavo, de 22 anos.

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Guabiruba Zeitung: Quem é Valmir Zirke?
Valmir Zirke: O Zirke, como a maioria me conhece e eu até prefiro que me chamem assim, é uma pessoa que começou a trabalhar cedo. Comecei antes da minha primeira comunhão como batedor de tapetes, junto com meu irmão para ajudar em casa. Meu segundo emprego foi na empresa Irmãos Zen, onde passei muitas dificuldades, pois tinha que sair daqui do Centro de Guabiruba a pé até a empresa [cerca de 10km], pois na época não havia ônibus que levava até lá. Fiquei por cerca de dois anos e depois vim para a Iresa, pois facilitava o transporte e trabalhei ali por 11 anos.

Nesse período também viajava para o Paraguai para completar a renda familiar, pois nesta época eu já era casado, tinha minha família. Em seguida, comprei a Funerária Guabiruba e vai fazer 19 anos que assumimos a empresa: eu, minha esposa e agora meu filho. Trabalhar com funerária é um momento delicado, de muita dor para as famílias e nós, como empresa, auxiliamos nos processos do velório e sepultamento.

Foi neste momento de fundação da Funerária Guabiruba que comecei a me envolver com o Rotary Club, e nós fundamos a primeira Capela Mortuária da cidade. Em seguida, veio o convite para me tornar presidente da Apae [Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais], e por dois mandatos eu permaneci como presidente. Foi ali onde minha vida política começou.

GZ: Como foi este início do Zirke político?
VZ: Em 2004 eu e o Dr. Felipe [Felipe Eilert dos Santos, vereador de Guabiruba] nos candidatamos. Na época eu fui para prefeito e ele meu vice, pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Ficamos em terceiro lugar nas votações e foi a primeira vez que o partido teve candidato no município.

Em 2008 fui o segundo candidato a vereador mais votado na cidade, mas não consegui assumir por causa da legenda. Então, em 2012, voltei a me candidatar como vice-prefeito do Matias e estamos caminhando para o fim do segundo mandato.

GZ: Por que você decidiu entrar na política?
VZ: Quando me convidaram a me filiar eu disse que iria, mas não me candidataria. Mas uma vez que você é filiado, não se candidatar se torna muito difícil. Então, veio o primeiro convite. Quando fui pela primeira vez, não sabia nem o que era ser candidato, mas entrei no embalo [risos].

Fato é que a gente quer um Brasil diferente, e pra termos um país diferente nós, pessoas do bem, precisamos assumir porque se a gente não entrar na política acabamos deixando a vaga aberta para os maus intencionados. Isso me impulsionou a entrar na vida pública.
Estou envolvido na organização desde a primeira festa de rua de Guabiruba, [a Stadtplatzfest]. Sempre gostei de atuar junto às entidades e ver a coisa funcionar. E minha preocupação sempre foi com quem viria depois de mim para que o trabalho continuasse sendo desenvolvido da melhor forma.

Eu me sinto realizado por estar todos os dias na prefeitura, acompanhando as obras, ajudando o Matias nas reuniões com os secretários. Esta semana, por exemplo, o Matias está na Alemanha e a prefeitura não para, porque quando ele está aqui eu sei o que está acontecendo.

Quem tem salário tem que trabalhar. Se os outros vices-prefeitos não fizeram o problema é deles. Eu tenho um compromisso e hoje me orgulho do trabalho que estamos desenvolvendo. Assumí por dois meses a Secretaria de Obras e essa experiência foi uma faculdade, porque foi ali que eu consegui aprender quanto tempo leva cada processo, e antes eu não tinha essa noção. Não tenho Ensino Superior, mas ali foi uma grande faculdade.

Hoje eu não me vejo longe da prefeitura. Levanto cedo, vou até meu sítio, cuido dos animais que eu crio lá, mas 7h30 estou em casa, tomo banho e antes das 8h estou na prefeitura ou nas obras. Eu não consigo nem pegar férias ou folga, pois amo estar envolvido nas atividades do Executivo.

GZ: Qual foi sua maior vitória na política?
VZ: Tivemos várias vitórias aqui no município e queremos cada vez mais. Mas eu destacaria o lançamento da pavimentação em parceria. Muitas pessoas disseram que não iria dar certo e a ação se tornou uma vitória, porque a comunidade foi chamada a participar da gestão pública.

Atualmente, temos 57 ruas pavimentadas em parceria com a comunidade e com isso conseguimos avançar muito mais. Outra conquista é a pavimentação da rua São Pedro. Antes não parecia que você estava chegando em Guabiruba e hoje nós temos ali uma via bonita, onde as pessoas podem caminhar com segurança.

O financiamento da pavimentação de seis ruas também foi uma conquista, bem como a rua Carlos Boos e Guabiruba Sul. As pessoas esperavam muito por essa obra e até a semana que vem sai a ordem de serviço que a comunidade tanto espera.

GZ: E na vida pessoal? Qual é sua maior conquista?
VZ: Eu vim de uma família humilde, tudo que tenho hoje foi conquistado através do meu suor. A política veio bem depois. Hoje eu tenho uma família, uma casa, saúde, então minhas conquistas pessoais são tudo que adquiri com meu suor. Quando você conquista os objetivos através do seu trabalho, as coisas se tornam muito mais valiosas.

Nós somos uma família de sete irmãos. Minha mãe foi a primeira mulher a trabalhar aqui na Prefeitura de Guabiruba. Com muito sacrifício ela e meu pai cuidaram da nossa família e hoje todos os meus irmãos estão bem, com suas casas e famílias cheios de saúde. Todas as semanas nos reunimos na casa da minha mãe e ali mantemos nossa união entre todos da família. Sem dúvida esta é a minha maior conquista pessoal.

GZ: Que balanço você faria do governo Matias e Zirke?
VZ: Eu diria que é um momento de gratidão, por tudo que a gente conseguiu ao longo destes sete anos à frente da administração pública. Nós conseguimos mudar Guabiruba. Chamamos a comunidade para participar da administração e no nosso primeiro ano de governo já tivemos esse cuidado, pois nos foi cobrado por parte da comunidade e nossa preocupação era organizar todos os setores.

Primeiro, planejamos a cidade. A administração Matias e Zirke é algo diferente para nosso município porque nós planejamos uma Guabiruba para daqui 20 anos. Não pensamos em uma cidade apenas para o nosso mandato. O jeito Matias e Zirke de administrar não é algo exclusivo nosso, nós desejamos que os próximos governantes continuem com o trabalho desenvolvido por nós, porque o guabirubense entendeu que da forma como era não tinha como continuar.

Não tem como um prefeito achar que manda na cidade sozinho. Apesar da caneta estar na mão dele é necessário chamar a comunidade e nós percebemos que as pessoas se sentem envolvidas na construção dessa nova cidade. Eu me orgulho de dizer que faço parte dessa gestão. Uma liderança séria, onde trabalhamos há quatro mãos e é por isso que eu digo, que vou terminar meu mandato junto com o Matias e nossos secretários, pois é assim que conseguimos os resultados, juntos.

GZ: Qual sua maior falha na vida política?
VZ: Defender partido. Acima das siglas precisam estar as pessoas. Não é o partido político que governa e sim as pessoas. Corrupção existe em todos eles, por isso que hoje eu defendo as pessoas, defendo o meu nome, pela seriedade e transparência que eu sempre tive no Rotary, na APAE e agora na Prefeitura.

Quanto à gestão Matias e Zirke não sei se houve falhas, talvez nosso maior erro foi estipular datas. Nós fomos para Brasília e um dos nossos erros foi acreditar em tudo o que eles [deputados e senadores] disseram. Tivemos a promessa de receber R$ 30 milhões e no fim não recebemos nada.

Na vida pública você tem vontade de fazer, mas nem sempre todas as ferramentas estão na sua mão. Nós aprendemos que não tem como dar uma data para finalizar uma obra, pois nem sempre depende da administração municipal.

GZ: Quais os sonhos de Valmir Zirke?
VZ: Eu tenho muitos sonhos e vários deles eu consegui realizar. Hoje eu sou pré-candidato a prefeito de Guabiruba em 2020 e este é um dos meus sonhos que se somam a outros, que não são apenas meus e do Matias, mas são sonhos de muitos guabirubenses que desejam que isso aconteça.

Uma certeza eu tenho, aquilo que prometemos em nosso plano de governo nós vamos realizar até o final do mandato. Outro sonho que tenho é ver Guabiruba cada vez melhor com pessoas que fazem acontecer junto de gente honesta que escolheu a cidade para morar. Hoje, Guabiruba é um exemplo para todo o país, pois não esperamos de cima para baixo. Nós agimos da forma como acreditamos e esperamos de um Brasil melhor.

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