Divulgação

 

 

O que era para ser um momento de descontração e união da Comunidade São Vendelino, no Lageado Baixo, durante a Festa Julina, realizada no último sábado (16), acabou se transformando em momentos de pavor. Um homem realizou disparos de arma de fogo contra o salão dos festejos. A confusão teve início após uma briga de crianças na cama elástica. 

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Ao ouvirem os tiros, as pessoas buscaram abrigo abaixadas junto às churrasqueiras do salão, que ficam em uma parte fechada do local. 

Confira relato da coordenação do CPC 

“A nossa comunidade realizou uma festa julina com a intenção de arrecadar fundos para a construção da nossa nova igreja. Nós somos o novo CPC (Conselho Pastoral da Comunidade) que tomou posse e iniciou as atividades no mês de maio. Programamos alguns eventos para arrecadar fundos, além da nossa festa principal de São Vendelino, que é em outubro. A festa ocorreu tudo bem, foi muito familiar, teve bastante pessoas. Todo mundo comeu e bebeu, participou das brincadeiras e dançou. Às 23h encerrou a música e demos por encerrada a festa. Começamos com a limpeza e recolhimento de tudo. Por volta das 23h30 teve uma intriga entre crianças na cama elástica e a partir disso as crianças avisaram as mães, que começaram a discutir entre elas e pelo que presenciei parece que tinham bebido um pouco. Discutiram entre elas e aglomerou bastante pessoas, porque quando começa uma briga com dois ou três, 10 já estão brigando”, relata a coordenadora. 

De acordo com ela, os seguranças e algumas pessoas “apartaram” um pouco a briga e colocaram os participantes para fora, sendo que os familiares já foram se retirando também. “Nisso, já se envolveram pessoas com outras brigas fora da situação. Quase todos já haviam ido para suas casas, tinha 50 ou 70 pessoas no salão num grupo de mesas e de um grupo de pessoas eu ouvi dizendo: “o cara foi buscar uma arma”. Então, como coordenadora, pedi para todos saíssem que iríamos fechar as portas. A esposa do nosso administrador econômico, que não estava presente, tinha outro compromisso, ela prontamente correu, buscou as chaves e trancou as portas. Meu marido e outras pessoas da coordenação foram colocando as pessoas para fora, escutando insultos. As pessoas dizendo que era ridículo colocar eles para fora e fechar”, detalha. 

De acordo com ela, quando foi trancada a última porta e fechado o último cadeado alguém subiu pelo estacionamento e começou a disparar tiros com uma arma de fogo. “Foram dois tiros que atingiram as janelas, uma da igreja que temos no salão por conta da obra. Nisso, já fomos engatinhando abaixados para a churrasqueira, que ele não teria acesso por conta da obra, que tem muro atrás. Todo mundo se escondeu lá, estávamos num grupo de cerca de 30 pessoas que estavam trabalhando e nossos filhos. Ficamos escondidos lá”, frisa.

Polícia foi chamada

“Quando houve o primeiro grito de que um homem viria com a arma, foi ligado para a polícia, mas sem sucesso. Enquanto isso ficamos lá presos. Nós temos um grupo do conselho administrativo, que somos em mais de 40 pessoas, metade estava lá e metade já em casa. Então, começamos a chamar pelo grupo, por socorro, por ajuda. Contatamos o prefeito, de todas as formas, porque se a polícia atendia diziam que estavam vindo e muitas vezes não atendia. E nesse grupo rolou de tudo, todo mundo falando. A polícia para uma pessoa falou que estava vindo, para outra chegou a falar que já estava cansada dessas denúncias e que não ia vir ninguém. Outras vezes desligaram na cara quando falaram que era sobre esse assunto. Foram diversas ligações. Acredito que entre 20 e 30 ligações foram feitas de lá de dentro e por pessoas de fora que a gente pediu”, destaca ela. 

A coordenadora comenta que logo após o autor dos disparos teria pego uma pessoa que estava no estacionamento de refém, porque queria entrar no salão, pois acreditava que o indivíduo que começou a briga estava lá dentro. “Ele dizia que queria acabar o serviço e atirar nele. Atirou contra a porta de vidro e não estourou, só ficou toda trincada por causa da película. Nisso alguém do estacionamento chamou ele e disse que a polícia estava vindo. Então ele largou o refém e fugiu. E o refém fugiu também, mas eu não vi quem atirou, porque a gente estava trancado dentro da churrasqueira. Como eu falei no Boletim de Ocorrência para a polícia, estou contando o que presenciei. Aí conseguimos fazer uma fuga de umas 15 pessoas. Saímos em cinco carros e quando estávamos entrando nos carros, avistamos na descida do morro na lateral ele (atirador) escondido com o carro desligado e ele voltou. No que ele voltou essas pessoas que estavam a caminho dos carros entraram nos carros e conseguiram sair e alguns voltaram e se trancaram novamente”, descreve.

“Nessa fuga eu estava com mais duas crianças no carro. No que a gente desceu o morro da descida da igreja ele passou pela rua e atirou mais duas vezes contra os carros que estavam descendo. A partir dali ele estava com as luzes apagadas e foi sentido a comunidade adventista e não vimos mais. Depois disso um carro de polícia estava parado em frente a igreja, mas não subiu, foi em direção a Silvério Regis e voltou de 10 a 15 minutos depois. Na sequência deu uma volta no pátio, nesse momento a segunda parte do pessoal conseguiu fugir. Quando estava todo mundo em casa foi ligado novamente para a polícia e infelizmente a gente ouviu a frase que eles não são responsáveis pela segurança de festas em salão. Isso deixa a gente muito triste, porque a festa já tinha terminado. Isso aconteceu fora a parte e foi uma questão, na minha opinião, de segurança pública”, ressalta. 

Conforme a coordenação do CPC, o Boletim de Ocorrência foi registrado nesta segunda-feira (18).  “O patrimônio não é meu e ele foi depredado, foram estragadas janelas e portas. Não vi quem foi, pois estava presa com todo mundo, mas espero por justiça”, conclui. 

O que diz a PM 

A Polícia Militar foi acionada e como a guarnição de Guabiruba atendia a ocorrência de vítima de golpes de facão no Holstein, policiais de Brusque foram até o salão. 

“Quem atendeu a ocorrência foi o tático de Brusque, que esteve no local e conversou com os populares, que informaram sobre o cidadão. Por conta do deslocamento longo, o atendimento acabou demorando um pouco, mas foi iniciado imediatamente após contato pelo 190, que é atendido pelo Copom (Centro de Operações Policiais Militares) na cidade vizinha”, explica o comandante do Grupamento PM de Guabiruba, primeiro sargento Murilo Wilke.  

O comandante comenta ainda, que conversou com o prefeito Valmir Zirke na manhã de domingo (17), pois a comunidade também entrou em contato com ele para relatar o ocorrido no local. 

Wilke ressalta ainda, que os policiais realizaram rondas com o giroflex desligado para tentar capturar o suspeito. O caso agora está sob investigação da Polícia Civil. 

Vídeo

O jornal Guabiruba Zeitung recebeu vídeos do momento em que as pessoas da comunidade se escondiam para se proteger dos tiros, porém a pedido do padre e em respeito às pessoas retratadas nas imagens optou por não divulgar. 

 

1 COMENTÁRIO

  1. O mais engraçado disso tudo, é que ninguém sabe quem foi, quem é, mas se fosse pessoas de fora, estaria estampado na cara do jornal… Assim como qq outras situações em q surgem no município, quando são moradores do local, escondem de todas as formas para preservar a identidade dos mesmos, mas no contrário nome, data de nascimento, cidade,Natal, local de trabalho entre outros

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