No dia 31 de dezembro, os moradores de Guabiruba Magui Wippel e Lucas Amaro e Guédria Baron Motta e Nilson Burg participaram da Corrida Internacional de São Silvestre. Em sua 97ª edição da história, que acontece sempre no último dia do ano, em São Paulo, capital, os corredores mantiveram o ritmo na corrida de rua mais tradicional do Brasil, que reuniu milhares de pessoas.
Em sua terceira participação no evento, Magui e Lucas tiveram uma preparação diferenciada para a edição de 2022. Com treinos três vezes por semana, entre longos percursos, regenerativos e de fortalecimento, os exercícios envolviam subidas de morros e areia da praia. “Esse ano nosso treinamento foi mais intenso. Por diversas vezes a Magui foi de Guabiruba até Brusque correndo e eu também fiz várias vezes entre 15 e 20 quilômetros de corrida. Inclusive realizamos treinos em morros e na areia da praia para fortalecer e trazer resistência”, explica.
O guabirubense conta que a expectativa do casal era reduzir o tempo de percurso, comparado a última participação. “Nós nos preparamos para reduzir um pouco nosso tempo. O objetivo também foi terminar a prova bem e com alegria, porque isso só nos traz saúde”, destaca.
Amaro pontua que a participação e a corrida como um todo são uma forma de incentivar o próximo, de promover saúde, elevar a autoestima, entre outros inúmeros benefícios. “Temos muitos amigos que já nos viram treinando e correndo e depois disso começaram a fazer o mesmo. A prioridade é a saúde e aproveitar a vida com ela é o que tem de melhor. Conhecemos também lugares diferentes para curtir a vida com saúde em grande estilo”, finaliza.
Superação
Para a jornalista Guédria Motta, que é autista e se autodenomina a “pior corredora do mundo”, a primeira São Silvestre foi de pura superação. “Cruzei a Brigadeiro avistando o pórtico de chegada na Avenida Paulista. Não tinha mais pernas para seguir em frente, sob um sol de quase 30 graus. Podia falar da noite em claro, do café servido depois do horário, da falta de chuva contrariando a previsão do tempo e da crise aguda de pânico na largada.
Mas, dessa corrida, quero lembrar apenas da energia do público que se concentrou pelas calçadas, gritando e aplaudindo, do início ao fim da prova. Quero lembrar dos participantes e das fantasias inusitadas, que transformaram a dureza dos 15km em uma verdadeira festa. Foi um capítulo de superação e de profundo amor na minha história. Foi lindo”, conta.
Entre os 32 mil participantes, Guédria conquistou a posição 6.204. “Essa foi a minha classificação geral da 97° São Silvestre. Foi uma surpresa positiva, já que meu propósito era apenas concluir a prova. Durante os 15 km procurei as extremidades da pista. Precisava ver o tempo todo uma rota de escape. Mas não escapei. Fui feliz por todo o percurso e isso, pra mim, é o mais importante. Mesmo que traga desconforto e dor, só faz sentido seguir em frente se for com leveza e alegria”, completa.
Guédria explica que a presença do marido foi muito importante na prova. “Não era necessário e nem combinado, mas foi essencial ter a sua presença, mesmo ambos sabendo que ele podia acelerar. Por duas vezes tropecei e tive em quem me apoiar. O marido me ajudou também a procrastinar menos. Sem ele, acho que teria mais peninha de mim, seria possível me autoconvencer a diminuir o ritmo”, conclui.