Crédito: Arquivo Pessoal

No mês de setembro as tradições gaúchas ultrapassam as fronteiras do Rio Grande do Sul e chegam a Santa Catarina para celebrar a Revolução Farroupilha, comemorado no dia 20 de setembro, conhecido também como o Dia do Gaúcho.

A cultura gaúcha é mais uma que Guabiruba recebe ao acolher moradores de diversos estados, que trazem suas tradições e culturas para o município, mantendo suas raízes vivas e firmes. No dia 21 de setembro, gaúchos moradores de Guabiruba se reunirão para comer o tradicional churrasco e tomar chimarrão.

Até quem não nasceu no Rio Grande, mas tem sangue gaúcho, comemora a Revolução Farroupilha. É o caso de Paulo Cezar Alves, 42 anos, proprietário de uma loja especializada em artigos e vestimentas da cultura gaúcha. Os pais do empresário se mudaram para Lages, cidade onde ele nasceu, mas as culturas rio grandenses foram passadas para ele.

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“Em Lages as tradições gaúchas são bem fortes, muitos lageanos são mais gaúchos do que quem nasce no Rio Grande. As tradições e culturas correm em meu sangue, eu subo num palco para cantar as músicas gauchescas e sinto que canto com a alma. Pois minha mãe animava os bailes tradicionais e isso passou para mim”, conta o empresário.

A paixão pelas tradições foi tão grande que há três anos Paulo começou a estudar gaita e mesmo com poucas aulas iniciais, a habilidade foi desenvolvida com fluidez. “Muitas pessoas que me veem tocar sem me conhecer acham que eu estudo gaita desde pequeno, pois é um instrumento muito difícil, mas apenas há três anos eu toco”, conta.

O amor e respeito pelas tradições gaúchas chegam até a tribuna da Câmara de Vereadores. Durante a sessão de terça-feira, 17, o vereador Felipe Eilert dos Santos, lembrou a revolução Farroupilha, salientando que as comemorações ocorrem no mundo todo.
“O povo rio grandense comemora a revolução Farroupilha em alusão a guerra dos Farrapos, um dos movimentos civis mais importantes do Rio Grande do Sul, tendo como objetivo a liberdade econômica do estado. A tradição gaúcha, que é a alma do povo, é levada em todos os pagos do planeta, pois onde houver um gaúcho, principalmente nesta semana, ele vai se reunir com seus familiares, fazer um churrasco, um chimarrão, reuniões de dança e música. Como Santa Catarina é um estado vizinho do Rio Grande a tradição aqui é ainda mais forte”, ressaltou Eilert.

Todos os anos o parlamentar tem como tradição estender uma bandeira do Rio Grande do Sul em sua casa e participar da reunião tradicional dos gaúchos que ocorre em Guabiruba.
Um dos incentivadores da cultura gaúcha na cidade, Vanderlei Weber, ressalta a importância da preservação da cultura gaúcha no município.“O objetivo de nossa reunião foi inicialmente uma confraternização entre conhecidos vindos do Rio Grande do Sul. A primeira festa contou com 150 pessoas e embora denominada festa dos gaúchos e se realizar na semana Farroupilha, não tinha um foco tradicionalista, pois nem todos cultivam a tradição gaúcha. Mas, para aqueles que são apegados à tradição, o momento é de relembrar a cultura, usar roupas típicas, fazer churrasco com os amigos e celebrar o dia do gaúcho”, ressalta Vanderlei.

Este ano será a quarta vez que os gaúchos do município se reúnem e são esperadas cerca de 350 convidados. A festa ocorre de quatro em quatro anos. Natural de Boa Vista do Buricá, Vanderlei conta como cultiva as tradições gaúchas durante todo o ano. “Eu continuo ouvindo a música gauchesca, tomando diariamente o tradicional chimarrão, fazendo todos os finais de semana o churrasco gaúcho, que é no espeto, e fazendo uso da roupa típica em eventos propícios”.

Conheça algumas expressões naturais dos rio grandenses:
A cabresto: submetido, controlado
Botar os cachorros: xingar ou brigar com alguém
Cavalo dado não se olha o pelo: não impor condições sobre um presente ou favor recebido
Olhar de revesgueio: olhar atravessado
Desabar o tempo: vai chover forte
Em cima do laço: imediatamente, em cima da hora
Juntar os trapos: casar, ir morar com uma pessoa
Não entendi patavinas de nada: não entendi o que foi dito
Lamber a cria: mimar o filho
Tirei um naco: expressão usada normalmente quando se corta o dedo, ou se machuca
Mais comprido que esperança de pobre: falar de algo grande ou longo
Mas que bicheira: que coisa ruim
Soltou as patas: ser estúpido, rude com alguém
Toca ficha: segue em frente
A laço de espora: algo foi feito com dificuldade, muito esforço
Camaçada de pau: apanhar

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