A minha coluna já estava pronta: até terça-feira, a notícia era que o governo iria taxar as transações feitas via PIX acima de 5 mil Reais, algo que gerou um verdadeiro rebuliço nas redes e nas ruas. Mas, por iniciativa do deputado Nikolas Ferreira, que foi às redes sociais mobilizar a população contra a medida, o governo recuou. E, cá entre nós, o recuo não resolveu o problema, só adiou o inevitável. Agora, refeita a minha coluna, alerto meus estimados leitores que o pano de fundo da questão é ainda mais grave do que a simples taxação.

Essa tentativa de taxar o PIX é apenas uma ponta do iceberg. A discussão vai muito além de uma simples tarifa sobre transações. Estamos falando de um movimento que pode, no futuro, colocar um controle imenso sobre o nosso dinheiro, através do rastreio constante e da eliminação do dinheiro em espécie. Já existem projetos de lei que querem abolir o uso de dinheiro físico no Brasil em 5 anos, o que significa que o modelo atual de trocas e transações livres seria substituído por um sistema totalmente digital, controlado pelos bancos e, claro, pelo governo.

A taxação do PIX não é só um retrocesso econômico, mas também uma ameaça direta à nossa privacidade. Quando o governo começa a monitorar cada transação feita, fica um enorme risco de uso indevido dessas informações. O rastreio do dinheiro pode ser o primeiro passo para uma vigilância financeira em massa, onde cada centavo seu pode ser rastreado, analisado e até bloqueado a depender de como o governo decidir que você deve usar sua própria grana.

- Publicidade i -

E não é só isso. Existem também projetos que, aos poucos, vão criando um sistema onde o governo decide para onde o seu dinheiro vai. Subsídios para compra de produtos específicos, condicionando o que você pode ou não consumir. Ou seja, você pode até receber um auxílio financeiro, mas vai ser limitado em como gastá-lo. Isso soa como um controle total sobre a nossa economia individual, onde o governo define aonde, como e quando você pode utilizar os recursos que são, teoricamente, seus.

O pior é a falta de transparência do governo sobre esses temas. A comunicação sobre o PIX, especialmente nas redes sociais, tem sido inconsistente e confusa. E quando a oposição se manifesta contra esses planos, a reação é de repressão e ataque. O recente embate entre o STF e aqueles que se posicionaram contra a taxação do PIX é uma prova disso. Isso não é só um problema de política pública, é um ataque à liberdade de expressão e, consequentemente, ao próprio direito da população de questionar as ações que afetam suas vidas e seu futuro financeiro.

A situação não se resume apenas ao PIX. É uma batalha maior pela liberdade de usar nosso próprio dinheiro sem ser vigiado ou controlado. O que parecia ser uma simples taxação é, na verdade, uma tentativa de controle sobre cada aspecto do que fazemos com nosso dinheiro. E, se não ficarmos alertas, podemos acordar em um futuro onde o simples ato de comprar algo será condicionado ao que o governo autorizar, tudo monitorado de perto, sem nenhuma privacidade.

Esse recuo do governo na taxação do PIX não é o fim. É só uma pausa. A discussão ainda está longe de ser encerrada. A vigilância financeira, a eliminação do dinheiro físico e o controle sobre os gastos da população são questões que vão continuar surgindo. A nossa liberdade financeira está em jogo, SIM. De fato, o futuro do nosso dinheiro está sendo moldado agora, e ele pode ser muito diferente do que imaginamos.

Deixe uma resposta

- Publicidade -
banner2
WhatsAppImage2021-08-16at104018-2
previous arrow
next arrow