Com os protestos que bloqueiam as rodovias catarinenses contra o resultado da eleição presidencial, que teve vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (30), alguns postos de gasolina de Guabiruba já estão sem combustível.
No posto Márcio, a gerente Valdete Mendes da Silva, informou que o estoque de gasolina chegou ao fim às 16h desta segunda-feira (31). “Temos dois mil litros de diesel, que devem durar até quarta”, estima.
No posto da rua São Pedro, o gerente Maurício Baron explica que tinha um pedido de gasolina para ser entregue nesta segunda-feira, que ficou preso em um bloqueio. “Quando o caminhão estava vindo pra cá, por volta das 14h, ficou no bloqueio da rodovia Antônio Heil. Assim, nossa gasolina acabou pelas 17h. Só temos diesel, que deve suprir amanhã ainda (terça-feira). Agora, a gasolina tem que esperar o bloqueio liberar para o caminhão vir”, ressalta.
No Auto Posto Carol, no bairro Imigrantes, de acordo com a gerente Marilúcia Della Antonia, ainda estão disponíveis para a venda mais de cinco mil litros de etanol e aproximadamente três mil litros de gasolina.
Negociação para liberação das vias
O Colegiado Superior de Segurança Pública e Perícia Oficial promoveu uma reunião com os representantes da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Civil, Polícia Científica e Polícia Rodoviária Federal para discutir meios de desobstruir as rodovias em Santa Catarina nesta segunda-feira, 31. O Governo do Estado coloca à disposição da PRF efetivo para buscar o fim dos bloqueios.
O presidente do Colegiado, perito-geral Giovani Eduardo Adriano, ressaltou que é necessário ter cautela no momento.
“Nós contamos com o bom senso dos manifestantes, até porque existem pessoas em situação delicada de saúde, como ambulâncias, além de carga viva de animais para os frigoríficos. Todo o nosso efetivo das forças de segurança está à disposição para garantir o direito de ir e vir dos catarinenses”.
Comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina, o coronel Marcelo Pontes destaca a conversa com a PRF para achar a melhor maneira de desbloquear as rodovias.
“Só podemos agir sob demanda da Polícia Rodoviária Federal nas rodovias federais, por isso a conversa. Temos aumento no número de bloqueios nas rodovias estaduais e a nossa ação é ouvir os manifestantes e tentar negociar a liberação. Vamos pedir à Procuradoria-Geral do Estado garantia também para, em caso de necessidade, legitimar de forma judicial o uso progressivo da força”.
Membros da Associação Catarinense dos Supermercados, Fiesc e também Sindicato dos Comerciantes de Combustíveis e Derivados participaram da reunião e foram ouvidos sobre a entrega de mercadorias diante dos bloqueios nas rodovias.