Foto: David T Silva

 

Desde que a professora Adriana Bretzke da Silva (49) foi a primeira Maria do Presépio Vivo, ela nunca perdeu um desfile, seja como participante ou espectadora. Depois dos primeiros três anos como a mãe de Cristo, quis mudar e passou a ser anjo. Teve até um ano que  faíscas de fogos de artifício fizeram as asas pegarem fogo, mas ela foi logo salva pela prima Patrícia Rothermel Ebel, que começou a bater na roupa para apagar as chamas. Deu tudo certo e hoje essa história leva todos a boas risadas. 

“Hoje em dia, nós ainda ficamos na expectativa esperando o Presépio Vivo. Eu convido amigos de outras cidades para assistir. Agora passa no dia 23, não é mais no dia 24 como quando começamos. Ficou a tradição e nós ficamos aqui aguardando”, afirma. 

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Adriana conta que teve um ano que não conseguiu horário na manicure e pediu para ela parar o atendimento, para ver a passagem do presépio. “Nunca deixo de ver. É sempre uma emoção, porque a gente faz parte dessa história”, completa. 

A professora, que na primeira edição era catequista, conta que os amigos a escolheram para ser a Nossa Senhora. “Eles olharam pra mim e falaram assim: Adri, tu tem cara de Maria. Tu vai ser a Maria. Ai eu falei: sério? Logo depois o Luciano já falou que ia ser o José e ficou decidido assim”, recorda.

De acordo com ela, a roupa utilizada como figurino foi totalmente improvisada.  “A gente não tinha nada. Aí pensamos, vamos fazer como? Ah, vamos amarrar um lençol azul ao redor do teu corpo e na cabeça colocamos um lençol branco. E foi assim, fomos amarrando e foi ficando. Mas era tudo improvisado. Cada um foi trazendo alguma coisa que tinha em casa e fomos adaptando ao personagem. Um tinha o lençol azulzinho e outro um branco velho. Quem é que ia saber se era novo?”, conta entre risos. 

Para Adriana, o primeiro Presépio Vivo foi muito emocionante. “Eu fiquei totalmente emocionada, as lágrimas corriam. Foi uma emoção inexplicável. Como personagem e pelo fato de vermos o que a gente estava fazendo, inovando, era uma coisa que até então ninguém fazia. As pessoas aplaudiam, gritavam, davam latinha de cerveja para os homens beberem”, revela. 

Arquivo pessoal Ademir Bretzke

A professora sempre adorou o Natal. Até hoje segue a tradição da família e aguarda o Dia de São Nicolau, 6 de dezembro, para enfeitar a casa e recordar as histórias da infância. 

“Quando era criança tinha aquela loja Casa Avenida em Brusque e lá vendia brinquedos da Estrela. Lembro que minha mãe ia comigo, pegar a pensão dela para comprar um brinquedo, porque o meu pai morreu muito novo, quando eu tinha dois anos. Ela pagava em quatro ou cinco vezes. Demorava muito para chegar o Natal. Meu Deus, como demorava. E quando chegava, a gente se reunia na minha vó e os primos levavam os brinquedos novos. Era muito legal”, conta. 

Sobre a amizade entre o grupo de catequistas que criou o Presépio Vivo, ela ressalta que todos eram muito unidos e andavam sempre juntos “de Santana”. “Foram tempos maravilhosos. A gente se encontra hoje e parece que estamos naquele momento ainda, porque foi e continua muito verdadeira a nossa amizade”, conclui. 

 

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