DavidTSilva/Arquivo

 

A família de um estudante de 14 anos da Escola Carlos Maffezzolli, no bairro São Pedro, em Guabiruba, procurou a Delegacia de Polícia Civil da cidade, na tarde de quinta-feira (19), para registrar denúncia de lesão corporal leve-dolosa, que teria sido praticada por um de seus professores. 

Segundo relato da mãe* do estudante, o motivo seria o atraso do filho, de cerca de dois minutos, após o lanche para entrar na aula. “O professor solicitou que ele fosse até a direção para obter uma autorização para assistir a aula. Com a autorização, ele voltou à sala e informou o professor que os diretores tinham autorizado. Neste momento, o professor se levantou, colocou a mão no peito do meu filho e começou a empurrá-lo para fora da sala, levando-o até a sala da direção. Lá chegando, perguntou quantas vezes ele havia se atrasado e ele respondeu que achava que quatro vezes. Neste momento, o professor lhe deu um tapa no rosto (face esquerda) e o chamou de mentiroso e cara de pau, dizendo que ele retornasse à sala de aula”, detalha ela, que não foi informada oficialmente pela escola e soube da situação pelo filho. 

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De acordo com a mãe, a escola tem câmeras e os fatos teriam sido gravados. “Já denunciamos e tenho um advogado. Procurei a Secretaria de Educação e também vamos procurar o Ministério Público. Fiquei sabendo de tudo quando meu filho chegou em casa chorando. Na hora fiquei em choque e fui direto à delegacia”, relata. 

Questionada se o filho continuará a frequentar as aulas, ela diz que sim, porém não as ministradas pelo referido professor. “Moramos há 12 anos em Guabiruba e meus filhos sempre frequentaram a escola. Não é ele que tem que sair e sim o agressor. Isso não pode passar em branco e pior ainda deixar que esse homem agrida outras crianças”, frisa. 

O Guabiruba Zeitung entrou em contato com a direção da escola, que se limitou a responder: “Estamos passando por um problema interno e a Secretaria de Educação já está dando suporte. Informações mais precisas devem ser com a Secretaria de Educação”.

O secretário de Educação, Freddy Nagel, informou que já está ciente do caso e que o professor acusado é efetivo da Rede Municipal de Ensino. “Se forem comprovados os fatos, dentro dos trâmites previstos no nosso Estatuto, ele será julgado conforme os processos administrativos”, afirma.  

Sobre a agressão ter sido registrada pelas Câmeras da Escola, o secretário informou que já está em contato com a direção para verificar e que informará posteriormente. 

* Os pais do estudante não pediram que suas identidades fossem preservadas, porém como se trata de um menor envolvido, o Guabiruba Zeitung optou por não divulgar. 

 

6 COMENTÁRIOS

  1. Será q se fosse o contrario essa mãe faria o mesmo? Vixxx sem comentários pra atitude dessa mãe, antes de conversar com o diretor.

  2. Nada justifica uma agressão física contra um aluno menor de idade. O professor deve ser punido por seus atos e seu despreparo psicológico.

  3. Estranho que essa mãe apenas foi na delegacia, só ouviu o que o filho relatou, pq não foi na escola verificar o que aconteceu.
    Levo meu filho todo dia na escola, e vejo o quanto esses alunos maiores não respeitam mais ninguém.
    Não sou a favor da agressão, mas vejo muito o desrespeito com os professores, esses que hj em dia não podem mais nem falar alto, por isso ninguém mais quer ser professor.
    Na minha época os professores tinham autoridade.
    Já tive aula com esse professor e nunca tive nada a reclamar.
    Hj vejo muito isso, os alunos não tão nem ai pra estudar, só vão a escola por ir.
    Não sou a favor de qlq violência, espero que o caso seja resolvido.

  4. Violência não é solução, nunca foi.

    Mas, nós professores e professoras merecemos respeito e consideração, pois somos seres humanos, temos nossa autoestima e merecemos o direito de nos defender, de nos proteger, de preservar nossa saúde mental, psicológica e física. Nós investimos e estudamos muito para ser professor e professora.

    As estatísticas estão aí para entender porque muitos professores e muitas professoras estão abalados e doentes.

    O fato de estudantes serem de menor não lhes dá o direito de agredir, desrespeitar emocionalmente e psicologicamente qualquer outra pessoa, muito menos e principalmente àquelas
    pessoas que mais ajudam estudantes: professores e professoras.

    Infelizmente, poucas pessoas percebem esse detalhe, que estudantes são vítimas do golpe do “não estude”.

    E, fazem de tudo para provocar professores e professoras para que não consigam fazer um trabalho honesto, de qualidade, para que professores e professoras não consigam ensinar, “não consigam desenvolver conhecimentos”.

    Justamente conhecimentos para livrar estudantes da escravidão que a ideologia do “não estude” pode provocar.

    Para que o professor e a professora não consiga trabalhar tentam de tudo como chegar depois do horário, tentar entrar e sair da sala de aula na hora que bem entendem, distrair colegas que querem estudar, não fazer tarefas, apresentar desculpas esfarrapadas para não estudar, alegar que são obrigados a trabalhar, alegam que ler um texto com maís de cinco linhas é chatice, estão no celular o tempo inteiro, mas quando o professor envia um vídeo, indica um link, ou pede para que leiam um texto, para que estudem no celular dizem que não tem crédito e inventam outras desculpas. Fazem de tudo para não estudar, mas não são todos ou todas. Tem muitos e muitas estudantes que querem estudar. Que sabem a liberdade que os estudos trazem para as pessoas.

    Infelizmente, estudantes que não deixam professores e professoras ensinar, que não querem estudar, ainda não perceberam que estão prejudicando a si, que estão prejudicando seus pais, que estão prejudicando a sociedade, que sem entender ou saber, estão a serviço do crime organizado, do trabalho escravo, e construindo argumentos para quem defende a privatização das escolas e universidades públicas e GRATUITAS.

    Estudantes que não querem estudar podem abrir oportunidades e contribuir, inconscientemente, para que a sociedade volte a ser gerenciada pela política da violência, do olho por olho e dente por dente, e impedir que as pessoas, e que, esses e essas mesmas estudantes, possam realizar seus sonhos de vida: os sonhos mais íntimos, pessoais, emocionais, afetivos, sociais e profissionais.

    Como professor, convido a cada professor e professora, a cada pai e mãe, a cada avô e avó, a cada estudante que quer e gosta de estudar, a convencer os demais sobre o valor de estudar, pesquisar, ensinar e aprender.

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