Por Suellen Pereira Rodrigues

Em um país que é considerado o líder mundial no consumo de agrotóxicos, o produtor Paulo Dirschnabel, 75 anos, orgulha-se de manter a sua produção sem recorrer ao uso de “veneno”, como ele mesmo define. Para manter a plantação em dia: adubo e atenção. A estratégia tem funcionado.

Em 2010, Dirschnabel foi destaque no Guabiruba Zeitung quando fez a colheita de 500 quilos de abóbora. Quase dez anos após a publicação da notícia, um novo recorde. Neste ano, foram colhidos aproximadamente 600 quilos do legume. A plantação fica na localidade Pomerânia, ao lado do quintal de sua antiga residência, hoje ocupada pelo filho.

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Das abóboras colhidas, grande parte foi para doação. “É uma quantidade grande, mas a gente não vende. Usamos para tratar o gado, doamos para entidades que precisam, festas de igreja, vizinhos, amigos e família, é claro”, explica. “Antigamente quando a gente tinha o pesque pague Dirschnabel a gente até vendia, porque o pessoal elogiava bastante e gostava para fazer tortei de abóbora, mas hoje em dia não vendemos mais”, conta a esposa Bernadete.

Até onde se recordam, a colheita deste ano está entre as maiores já realizadas em sua propriedade. “Uma vez minha filha trouxe dos Estados Unidos sementes daquela abóbora redonda, também dava um monte e elas eram gigantes, mas depois de alguns anos elas foram durando cada vez menos até que acabou de vez. A maior abóbora que já colhemos pesava 87 quilos”, conta.

Saúde

Por não fazer uso de produtos químicos, a conservação dos legumes não é tão alta, mas para o produtor isso não faz diferença, o que importa é o resultado: alimentos mais saudáveis. “Não adianta botar veneno, senão você vai acabar comendo o veneno depois. A gente não quer comer algo que pode acabar fazendo mal. Plantamos com esterco e dá no que dá. Termos certeza de que estamos consumindo saúde”, enfatiza.

Além das abóboras, Dirschnabel e a família também cultivam legumes e verduras de todos os tipos e alguns animais para consumo dos moradores da casa. O sustento vem com a plantação de arroz e a venda de peixes (tilápia e carpa) e mel. “É um trabalho em conjunto. O peixe fica na arrozeira para limpar, aí ele vai comendo o capim da terra e depois é só semear o arroz e vender o peixe. É um consórcio”, brinca.

Acostumado a viver tirando o seu sustento da terra, ele não se imagina fazendo outra coisa. “Não sei como seria. A gente tem muita comida caseira, que é daqui e não tem agrotóxico. Isso nos ajuda muito a ter mais saúde. Temos tudo. Me sinto realizado. O que eu posso fazer mais? Se for trabalhar fora tem que bater o cartão na hora, todo dia. Aqui eu não preciso bater cartão. Tenho que trabalhar bastante, mas estou feliz com o que eu tenho”, finaliza.

 

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