Foto: Vanessa Fagundes

 

Vinte quatro horas por dia parecem pouco para conciliar a vida profissional e pessoal. Não é mesmo? Agora imagine juntar isso e exercer o papel de voluntário nas últimas cinco décadas. Essa é a realidade de Anselmo Köhler, de 74 anos.

Nascido e criado no bairro Aymoré, o guabirubense se encontrou no voluntariado com as ações da Igreja São Cristóvão. Desde jovem, o amor por ajudar o próximo sempre falou mais alto e há 55 anos vem ajudando a construir um novo rumo para a comunidade.

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Foi ouvindo as histórias de quando trabalhava como barbeiro, junto dos mais de 52 anos de comerciante, que fizeram com que Köhler conhecesse grande parte da comunidade do bairro e pudesse dar apoio ao próximo através do trabalho voluntário nas ações desenvolvidas pelo santuário. Porém, nem tudo foi tão fácil quanto parece.

O guabirubense relembra de épocas difíceis que passou junto a Igreja São Cristóvão. Como um dos momentos mais complicados da comunidade, ele conta como a força de vontade dos nativos pôs a prova que “depois da tempestade vem a bonança”. Faltando apenas oito dias para a grande festa da capela, que desde a primeira realização reúne centenas de participantes, uma enorme enxurrada fez com que as placas de tapume não aguentassem o peso da água e tornou o local uma grande lagoa.

“Eu lembro desse dia como se fosse hoje. A água e a lama entraram no galpão, que na época era de madeira, deixando uma marca de uns 30 centímetros. Apesar do desespero, a comunidade se uniu para reconstruir tudo a tempo da festa. Com muita força de vontade, os moradores pegaram pás, enxadas e suas carroças para ir à rua.”

Os anos de atuação frente a comunidade, como tesoureiro e até mesmo presidente da igreja, fizeram com que os filhos de Köhler também praticassem o voluntariado. Seguindo os passos do pai, juntos, Fausto e Murilo, também já integraram a comissão da festa de São Cristóvão por cerca de oito anos.

“Hoje eu não faço mais parte tão diretamente como fazia antigamente. Mas eles sempre acabam me procurando para ajudar e se precisar auxiliar na organização ou até mesmo nos dias da nossa linda festa, eu estarei lá. Em anos anteriores já conseguimos trazer grandes artistas como Tonico e Tinoco, Milionário e José Rico e Teixeirinha, entre outros compositores, pensando sempre no melhor para a comunidade. A igreja é nossa, é do bairro, é do município.”

Sempre envolvido com o grande público, Köhler se orgulha da trajetória que traçou na comunidade. Por anos, junto do então presidente Anselmo Boos, os diretores da paróquia suaram a camisa para conseguir adquirir os terrenos para ampliação da igreja.

Amor ao próximo

Além da forte atuação no papel voluntário na igreja, Köhler também realiza outro ato de amor e muita bondade. Mesmo fora da profissão e longe da tradicional cadeira de barbeiro, o guabirubense reencontra amigos do passado que estão acamados ao ir visitá-los para cortar o cabelo ou tirar a barba. 

“Tenho amigos que foram por muitos anos meus fregueses e hoje estão acamados sem poder sair de casa. Com isso a família entra em contato pedindo para que eu vá até a casa cortar o cabelo, fazer barba e eu vou. Já fiz, ainda faço e pretendo fazer isso por muitos anos. Eu tenho as minhas navalhas, pego o material, coloco dentro de uma caixa e vou, sem pensar duas vezes.”


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