Foto: Suelen Cerbaro/Zeitung

Eles moravam no Lageado Alto. Bem na verdade, eram vizinhos. Era possível ver a casa um do outro pela pouca distância que existia entre ambas. Aos domingos à tarde, depois de rezar o terço, Maria Celva, hoje com 74 anos, e Olivio Celva, com 80, caminhavam de volta para casa conversando e, dessa companhia, nasceu o sentimento, um namoro de cinco anos e o casamento, que no último dia 5 de junho, completou 56 anos.

Desse namoro duradouro nasceu seis filhos: Amarildo, Jose Venâncio, Genesio, Teresinha, Isidoro e Ivanildo. E mais oito netos e cinco bisnetos. Há cerca de 30 anos, o casal se despediu da lavoura de fumo no Lageado Alto e mudou para o Centro, momento em que parte da madeira da casa veio junto e foi utilizada para a construção da nova morada na rua Augusto Schweigert.

Ciúmes deve ser deixado de lado

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Eles têm a receita para um casamento longo e feliz. “Tem que deixar o ciúmes de lado. Muitos se separam por causa do ciúmes. Eu nunca tive e ele menos ainda”, fala dona Maria. “Hoje se separam porque acham que aparece um outro homem diferente, uma mulher melhor, então acontece aquela briga e acabam se separando”, acrescenta Olivio.

As compreensões de ambos sobre a vida são parecidas. Quando um fala, o outro escuta e vice e versa. Essa sintonia se fortaleceu com a maturidade do casal, mas eles afirmam que nunca tiveram uma briga. Também enaltecem o respeito que deve existir entre as duas pessoas para preservar a paz e amor no lar. “Minha mãe sempre dizia que um soldado só não faz guerra”, recorda Maria, que tem nas palavras do esposo o reforço da sua opinião: “quando um está chateado ou mais irritado, o outro deve desconsiderar”, orienta Olivio.

A pandemia fez com que casal ficasse só em casa

A união dos dois resultou em uma família grande, mas a comemoração reunindo todos para celebrar o aniversário de 56 anos de casamento ficará para outro momento por conta da pandemia da Covid-19.

Duas grandes comemorações fazem parte da história de ambos: o casamento, ocorrido na casa do pai de Olivio, e as bodas de ouro comemoradas com uma festa no Lageado Alto. “Nosso casamento foi aqui no salão, ainda não tinha a igreja em 1964, estava em construção. Nem tinha missa, era uma celebração, uma bênção. Foi o padre Matias que fez o nosso casamento”, conta Olivio.

Nesse período de pandemia, eles têm permanecido em casa e estão atentos às orientações para se manterem protegidos do novo coronavírus. Claro que sentem falta dos cafés dos idosos, do café da Associação de Pais e Excepcionais de Guabiruba (APAE) e Maria também sente saudades dos bingos.

Há quase três meses um é a praticamente a única companhia do outro, apesar dos filhos sempre estarem por perto. Eles se distraem jogando cacheta e garantem que não tem discussão nas cartas. Também um é parceiro do outro nos momentos de assistir televisão, principalmente a missa, que religiosamente é vista todo dia.

Apesar de em casa serem parceiros em muitas atividades, em tempos de não pandemia, Maria vai no bingo com as amigas e se Olivio precisa sair sozinho, também o faz. Um confia no outro e a confiança, diz o casal, é o pilar que sustenta o lar.

Um dos orgulhos deles, é o neto e padre Eder Celva. Sempre que escreve um novo livro, o primeiro vai para a sua nona. “Quando ele estava estudando, ele dizia “nona, reza bastante pra mim, pra dar tudo certo pra eu ser padre. Como eu rezei pra ele, pra dar tudo certo. Agora estou muito contente que ele é um padre. Eu tenho todos os livros dele”, diz Maria. O nono Olivio lembra que o neto trabalhava na empresa Kohler durante o dia e estudava à noite. “Não era fácil pra ele, mas deu tudo certo”, alegra-se a nona.

Além de bisnonos, nonos e pais, eles são marido e mulher e eternos namorados. Esperam completar os 60 anos de casados seguindo com a família reunida, com saúde e muitas bençãos de Deus.

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