Crédito: Unifebe/Divulgação

É difícil imaginar como uma pessoa com a rotina tão cheia como a Professora Rosemari Glatz, 53 anos, consegue falar de forma calma e doce em todos os momentos em que conversamos. Mãe de dois meninos Ariel e Luan e de duas meninas Marcele e Sarah e casada com Carlos Roberto Meyer.

Apesar de ser conhecida mais por sua função como reitora da Unifebe, Rosemari desenvolve inúmeras outras atividades, dentre elas; presidente da Associação Visite Guabiruba (AVIGUA), vice-presidente da Academia de Letras de Guabiruba (ALEG), presidente da Fundação Educacional de Brusque (FEBE) que mantém tanto a universidade quanto o colégio universitário. A professora também é autora de, até agora, três livros dentre diversas outras atividades sociais.

A filha de Daniel Glatz e Edda Catharina Glatz nasceu em Taió e atualmente se divide entre Guabiruba, onde reside parte da família e Brusque, onde mora.

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Guabiruba Zeitung: Como é ser mulher e estar à frente de uma universidade tão importante quanto a Unifebe?
Rosemari Glatz: A Unifebe é uma das mantidas da Fundação Educacional de Brusque (FEBE). A outra mantida é o Colégio Universitário de Brusque, que iniciou com as aulas do ensino médio em 2019. Ao assumir como reitora da Unifebe, simultaneamente, assumi como Presidente da FEBE e as duas mantidas estão sob minha responsabilidade. Eu olho para as duas mantidas – Unifebe e Colégio Universitário – como se olha para dois filhos.

Todos são muito importantes e requerem atenção especial e diferenciada. Ser mulher e estar à frente de uma instituição tão importante é uma função de alta responsabilidade. Ao mesmo tempo, é muito gratificante. Estou cumprindo minha missão divina e isso me torna mais plena e cheia de graça.

GZ: Estamos chegando ao fim do seu primeiro semestre como reitora, qual a sua avaliação até aqui?
RG: Mesmo conhecendo bastante da instituição, pois já trabalho na Unifebe há 22 anos, foram meses de trabalho intenso e desafiador. Muitas vezes dedicamos 12 a 14 horas por dia à Instituição. Assumimos a gestão com grandes desafios, mas está sendo um tempo de muito crescimento. Afinal, sou apaixona por educação e amo o que faço.

É muito gratificante, pois você pode mudar a vida das pessoas pela educação. Eu administro a Instituição com muito amor, com muita fé em Deus, com muita dedicação e zelo, ao mesmo tempo em que sou firme na gestão dos recursos. Cada aluno é como um filho: é único e merece atenção diferenciada e completa.

Não nos atemos apenas às questões educacionais, mas também na formação humana. Temos consciência da importância e da responsabilidade da nossa instituição para o desenvolvimento econômico e social da região na qual estamos inseridos, e vamos cumprir nosso papel com responsabilidade e visão de futuro, pois somos nós que formamos as lideranças da nossa região.

GZ: Um dos principais desafios era equilibrar a saúde financeira da universidade, já foi possível fazer isso?
RG: Em 2018 a Unifebe passou por sérias dificuldades financeiras, o que abalou a credibilidade da Instituição. Quando assumimos a reitoria, em 9 de abril de 2019, a situação financeira que encontramos exigiu medidas firmes. Contratos com fornecedores e prestadores de serviço foram revistos. O quadro de pessoal foi reduzido e algumas áreas foram incorporadas por outras.

Passados quase seis meses de gestão, posso dizer que retomamos o equilíbrio financeiro. Mas vamos continuar a gerir a Unifebe com austeridade financeira. Não podemos gastar mais do que arrecadamos com as mensalidades. E ainda queremos gerar uma reserva financeira para situações imprevistas e também para investimentos futuros.

GZ: Quais os futuros projetos para a Unifebe?
RG: Queremos construir um prédio Multiuso, que sirva tanto para Ginásio de Esportes quanto para Anfiteatro e Área de Convivência. É uma demanda antiga e uma necessidade. Estamos iniciando os estudos para o Plano Diretor do Campus da Unifebe. Pretendemos dar início a implantação de jardins, gramados, urbanização, ao plantio de árvores, pista de caminhada e afins ainda em 2020. Vamos dar mais vida ao espaço externo da Instituição.

Queremos fazer do campus da universidade algo semelhante ao que conhecemos nas universidades alemãs, a exemplo da Universidade de Heidelberg e do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe. Nestas instituições, você tem a impressão de que está dentro de um grande parque, com muitas árvores, espaços para caminhadas, bicicletas, enfim, são espaços que favorecem a integração humana com o meio ambiente. Uma universidade não pode ser somente um espaço para estudar. Precisa ser um espaço de troca e de integração.

GZ: Quais os impactos a longo prazo do curso de medicina?
RG: O curso de Medicina teve início em 2019. Quando o ciclo estiver completo (o curso tem duração de seis anos), teremos 480 alunos estudando medicina. Hoje, estamos com 80 alunos, e a região do entorno já sentiu o impacto no ramo imobiliário e em bares e restaurantes.

O prédio para instalação do Centro da Saúde será inaugurado em julho de 2020 e a partir de então possivelmente lançaremos novos cursos ligados à área da saúde, é um processo natural.

Brusque pode se transformar num centro de referência na área de saúde. Temos todas as condições para isso: é uma cidade segura, com um bom PIB [Produto Interno Bruto], alto índice de longevidade, bom Índice de Desenvolvimento Humano, próximo das capitais, portos, aeroportos e da BR 101. Temos a rodovia duplicada. Está havendo investimento em equipamentos hospitalares. E agora a Unifebe, que é uma instituição daqui, passou a oferecer um curso de medicina de excelência, de altíssimo nível, que tem atraído estudantes de vários estados.

Estamos trabalhando para que, no longo prazo, a área da saúde seja mais um importante pilar da economia regional. Para isso, será necessário o investimento da tríplice hélice: poder público, iniciativa privada e o segmento educacional. E todos ganharão com isso. Guabiruba, pela proximidade física, também vai sentir impactos positivos.

GZ: A AVIGUA tem crescido em Guabiruba, participando de eventos importantes da cidade. Quais os planos para 2020?
RG: A Associação Visite Guabiruba, a qual eu presido, tem como principal objetivo incrementar a atividade turística de Guabiruba e estimular o espírito de cooperação entre os associados. A AVIGUA tem crescido e, neste ano, passou a participar da organização da Stadtplatzfest. Nosso evento de outubro, antes chamado de Biergarten im Frühling, foi “repaginado”, mudou de nome e de local. Agora se chama “Biergartenplatz – a festa alemã de Guabiruba”. No próximo ano, vamos repetir e incrementar os eventos que já estão se consolidando. E também teremos eleições para a nova Diretoria, pois meu mandato de três anos se encerra no dia 28 de fevereiro de 2020.

GZ: Você se divide entre Brusque e Guabiruba, tanto de forma pessoal quanto profissional, como fica sua rotina entre as duas cidades?
RG: Brusque e Guabiruba são muito próximas em vários sentidos. O tempo que gasto para me deslocar é o mesmo que eu gastava com deslocamento trabalho – casa quando morava em Blumenau. A rotina é bem tranquila. Brusque é mais trabalho. Guabiruba é mais família.

GZ: Quais os seus sonhos futuros?
RG: No curto prazo e médio prazo, pretendo publicar três livros. Ainda em 2019, vou publicar um em comemoração aos 150 anos de imigração polonesa para o Brasil. Para 2020, um livro sobre Cultura, Tradições e Atrativos de Guabiruba. E, para 2021, um livro sobre a Vida e Obra de Cônsul Carlos Renaux.

Na esfera profissional, sonho em fazer do Curso de Medicina o melhor curso do estado de Santa Catarina, e fazer da Unifebe um centro de referência em ensino na área de saúde.
Na esfera social, sonho que as pessoas participem mais da “boa política”, que se envolvam mais, “coloquem a mão na massa”, e ajudem a mudar – para melhor, a nossa realidade regional. Falar menos e fazer mais.

Por: Grazielle Guimarães / jornalismo@guabirubazeitung.com.br

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