Crédito: Grazielle Guimarães/Guabiruba Zeitung

Por Grazielle Guimarães

Aos 31 anos de idade, Simone Cristina Dalbosco ocupa a posição de diretora da Uniasselvi  Brusque. Egressa da universidade, na qual cerca de 10% dos estudantes são de Guabiruba, o cargo tem ainda mais significado quando ela relembra os desafios para concluir o curso em Sistemas de Informação e se especializar na área.

Dentre os desafios, estão os diversos casos de câncer na família, perdendo um irmão há cinco anos. Filha de Maria Helena Schork Dalbosco e Dalmárcio Dalbosco, a moradora do bairro Guabiruba Sul atua ainda como coach auxiliando o desenvolvimento profissional e pessoal de diversas pessoas.

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Guabiruba Zeitung: Quais atividades desenvolve atualmente?
Simone Dalbosco: Hoje sou Diretora na Uniasselvi de Brusque, atuo como coach, através de empreendimento individual. Trabalho com palestras e desenvolvimento humano e treinamento de equipes. Sou especialista em Gestão Estratégica e Empresarial, bem como em Gestão Educacional.

GZ: Como começou sua história na Uniasselvi?
SD: Eu me formei na Uniasselvi, então minha trajetória na universidade começou quando eu ainda era aluna. Em 2014 iniciei minhas atividades como tutora externa de ensino à distância (EAD). Atuava como tutora em duas turmas de licenciatura em informática na época. Na modalidade EAD da Uniasselvi, os estudantes têm encontros presenciais uma vez por semana, tendo esse auxílio do tutor externo, que é quem faz a mediação entre a teoria e a prática.

Nesta função, fiquei em torno de um ano e pelo bom desempenho tive a oportunidade de ser promovida em 2015, onde assumi a coordenação de Ensino à Distância na unidade de Brusque. Nós iniciamos com cerca de 700 acadêmicos e em três anos chegamos a dois mil alunos em todo o ensino à distância da cidade.

Na oportunidade, em 2016, participei de uma equipe de formação de líderes, promovida pela Uniasselvi, e nesta ocasião eu recebi mais uma promoção assumindo o polo EAD, com modalidade semipresencial de Gaspar no final de 2017 e início de 2018. Nós fizemos uma série de atividades na cidade, fazendo o polo se desenvolver. O ensino era totalmente à distância e em meados de setembro recebi o convite para retornar a Brusque, assumindo a direção. Em menos de um ano recebi duas promoções. Estou na direção da Uniasselvi de Brusque desde setembro do ano passado.

GZ: Como foi atuar em Gaspar? Você chegou a morar na cidade?
SD: Eu ia e voltava todos os dias, até porque eu sou apaixonada por Guabiruba e não consegui deixar a cidade e ir para lá. Gaspar é um município amável, lembra muito Guabiruba, as pessoas são hospitaleiras, eu me sentia em casa. Ir para uma cidade onde você não conhece ninguém é um desafio bem grande, tive que trabalhar no relacionamento com a cidade, mas se eu pudesse definir minha passagem por Gaspar, diria que foi muito gratificante.

GZ: Muitas pessoas hoje atuam como coach e muitas outras procuram os serviços desses profissionais. Como é atuar na função?
SD: O processo que envolve o trabalho do coach depende muito mais do Coachee, que é o cliente, do que do coach. Porque através de ferramentas nós tentamos auxiliar a pessoa a chegar no resultado esperado. Todo o trabalho do coach depende das duas pessoas. O coach auxilia o profissional a chegar num resultado desejado.

Por que algumas pessoas alcançam o que desejam e outras não? Muitas coisas estão relacionadas ao foco e determinação. Em todo este processo a gente busca através de concentração e entusiasmo, além de ferramentas de aplicação, alcançar os objetivos durante o período de dez semanas, com dez encontros, que é o tempo pré-determinado. Muito vai depender do cliente, porque nós direcionamos, mas o quanto a pessoa está determinada a alcançar aquele resultado é o que faz a diferença.

GZ: Como identificar se um Coach pode ou não ajudar?
SD: Geralmente nós fazemos um primeiro atendimento que serve para avaliação tanto do profissional quanto do cliente. Muitas pessoas pensam que depressão ou problemas mentais podem ser resolvidos com o Coach, mas pelo contrário. Existem profissionais na área da saúde que nesses casos são eles que devem atuar.

O Coach vai te auxiliar na vida pessoal e profissional, focando em objetivos futuros. Agora tem muito de “todo mundo é Coach”, e o grande segredo é procurar um profissional formado, especializado na área em que você busca desenvolver. Que atue há algum tempo, tenha referências. Porque não dá para você abrir sua vida para um profissional que você não tem nenhuma referência. Indiretamente este profissional vai trabalhar com seus sentimentos e crenças e vai te ajudar a chegar num resultado.

GZ: Quais os seus sonhos e planos futuros?
SD: Hoje eu sou muito feliz com o que seu faço, sou apaixonada pelas duas áreas que eu atuo, tanto na Uniasselvi quanto como Coach. O propósito é continuar na Uniasselvi, com a oportunidade de crescimento que a empresa tem, até porque hoje a universidade é a maior instituição de ensino de Santa Catarina e a terceira maior do país.

Se a gente olhar uma pessoa de 31 anos no patamar que eu estou, muito humildemente falando, foi uma grande história percorrida e tenho sonhos de alcançar coisas maiores dentro da empresa. O Coach eu levo como uma missão de vida, ajudar outras pessoas e levar um pouco dessa paixão que eu tenho de ajudar o próximo. Tanto na educação quanto no desenvolvimento pessoal o objetivo maior é poder ajudar as pessoas a alcançar um futuro melhor, se desenvolver e alcançar os seus sonhos.

GZ: Você enxerga a possibilidade de Guabiruba ter um campus da Uniasselvi?
SD: Eu acredito que com o passar dos anos Guabiruba deve continuar crescendo e há sim possibilidade. Tudo vai depender da proporção que a cidade tomar, até porque com todo esse desenvolvimento que a Uniasselvi vem tendo, Gaspar e São João Batista foram cidades que abriram uma unidade, então porque não Guabiruba? Tudo depende do crescimento do município.

GZ: Você acredita que os guabirubenses estão priorizando mais a educação, diminuindo a evasão escolar no município?
SD: Alguns anos atrás o ensino superior não tinha fácil acesso como hoje. Muitas pessoas deixavam de estudar porque não tinham condições de pagar e hoje com o fácil acesso, até pela modalidade à distância, a procura atual é maior.

Inclusive por pais e mães de família, que não conseguiram estudar por falta de oportunidade, ou sem condições financeiras, voltaram hoje para a sala de aula. Antes a graduação era um diferencial, mas hoje o mercado já encara como básico uma graduação ou especialização, para que você comece a entrar no mercado de trabalho.

GZ: Você já enfrentou muitos desafios, o que você diria para quem está começando a carreira?
SD: Eu passei por um histórico familiar onde quase todos tiveram câncer. Perdi um irmão há cinco anos por causa do câncer no estômago. Eu também pensei em trancar a faculdade, tive a oportunidade de ter uma bolsa de estudos para continuar o curso. Às vezes a pessoa enxerga o “palco” da outra e pensa “poxa eu não vou conseguir chegar lá, eu não tenho condições”. Mas se você acreditar no seu sonho e no teu potencial você consegue alcançar coisas maiores.

Muitas vezes estamos no meio do caminho e pensamos que não vamos conseguir terminar uma faculdade, comprar um carro ou casa própria e quanto mais você se espelhar em pessoas que também passaram por desafios mais fácil será. Porque a gente percebe que não está sozinho. Não desanimar e acreditar que a gente também consegue é fundamental.

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