Não foi por acaso que o pequeno John Nicolas Day (2 meses) posou para foto vestido de super-herói. Após o seu nascimento na Maternidade e Hospital Imigrantes de Brusque (SC), com 35 semanas de gestação, ele passou 17 dias na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Depois, ficou mais um dia no quarto, até receber a tão esperada alta médica e seguir para casa com os pais Natan Willian Day e Aline Zimermann Day.

John é um dos cerca de 340 mil bebês que nascem de forma prematura no Brasil a cada ano, conforme a Associação Brasileira da Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros.

- Publicidade i -

Na Maternidade e Hospital Imigrantes no último ano, 67 bebês nasceram antes do tempo e precisaram de internação na UTI Neonatal. Para chamar atenção sobre o tema, a unidade hospitalar divulgou no site institucional um vídeo com esclarecimentos sobre a prematuridade, em alusão ao Novembro roxo – criado para sensibilizar a população para este problema de saúde pública.

Para a mamãe Aline, é importante falar sobre o tema, pois só quem passa pela experiência de ter um filho prematuro sabe a luta que os pequenos travam. “Eles são tão pequenos e ainda assim tão fortes. Nunca pensamos que ele iria nascer antes do tempo, então não tive a preocupação de me informar. Eu só comecei a pesquisar sobre a prematuridade depois que meu filho nasceu e eu me vi numa situação em que precisava cuidar dele, após uma cesárea. Acho que falta informação”, destaca ela.

O nascimento

Aline conta que sua gestação foi tranquila até a 32ª semana, quando descobriu no ultrassom que estava com pouco líquido amniótico. “A médica pediu pra eu ir ao hospital, pois meu filho precisava nascer. Fui no plantão do Imigrantes e fui internada. Após alguns exames eles me liberaram dizendo que o líquido tinha aumentado. Precisaria fazer repouso e acompanhamento com ultrassom semanal. Com 35 semanas, o líquido voltou a baixar e minha obstetra decidiu retirar o bebê, pois poderia ter risco de morte para ele”, recorda.

John nasceu no dia 20 de setembro e precisou passar por uma cirurgia nos primeiros dias após o parto. “Quando temos um bebê na UTI os dias são como uma montanha russa. Alguns ele estava melhor, outros tinha regredido um pouco. Sem dúvida o momento mais difícil durante o tempo que ele ficou internado foi a cirurgia, que precisou fazer para retirada de uma hérnia. Apesar de ser uma cirurgia simples, tinha risco para ele”, conta a costureira.

Para Aline, ter um bebê prematuro é um misto de emoções. “Eu agradecia a cada vez que ele conseguia mamar bem, cada dia que os médicos me diziam que ele estava evoluindo, a cada grama que ele ganhava, a cada sorrisinho. No final, até os chorinhos eram motivo de alegria, só pelo simples fato dele estar vivo”, afirma emocionada.

Para famílias que tiveram ou terão filhos prematuros, ela destaca: “Aproveitem cada dia, cada minuto e celebre cada pequena vitória. Para as mamães, eu sei que não é fácil estar no puerpério e ter que cuidar do filho na UTI. Então, quando se sentir sobrecarregada, triste ou desanimada, saia um pouco. Vá tomar um sorvete, comer um lanche fora do hospital. Não se sinta culpada. Você não está abandonando seu filho. Está se cuidando e cuidando do seu emocional, para voltar para ele ainda melhor. Pois seu bebê precisa de você bem. Ele está bem cuidado enquanto você se cuida. E depois que ele ganhar alta é só alegria”, conclui.

Equipe Neo

A médica pediatra Kaline Canal ressalta o quanto são pequenos e fortes os bebês prematuros. “Me lembro bem da primeira vez que atendi um bebê prematuro extremo, uma vida inteira que cabia na palma das minhas mãos. Cada dia que passa para um bebê de UTI é um pedacinho do coração da mãe e da equipe que se refaz, afinal, o medo também se torna um companheiro constante dos dias e noites”, destaca.

De acordo com ela, assim como as famílias, a equipe da UTI Neo também transborda amor por cada um dos pequenos. “Já passaram muitos por mim, mas lembro de todas as angústias, da frase que mais falei: você pode agora rezar e transmitir todo seu amor e a gente aqui vai fazer tudo que estiver ao nosso alcance pelo seu bebê. Eu aprendi a reanimar, a entubar, a passar cateter, a configurar o ventilador. Mas não aprendi a me distanciar. A cada mãe que expliquei o prognóstico, que dei um pouco de esperança, que falei da realidade, chorei e me emocionei junto. E é assim, uma luta diária, pequenas vitórias”, conta.

Mês Roxo

Novembro é considerado o mês de sensibilização à prematuridade, sendo reconhecido mundialmente como “Novembro Roxo”. A cor simboliza a sensibilidade e a individualidade, características que são muito peculiares aos bebês prematuros. A data tem o objetivo de alertar sobre o crescente número de partos prematuros, como preveni-los e informar a respeito das consequências do nascimento antecipado para o bebê, para sua família e para a sociedade. O Hospital Imigrantes conta com UTI Neonatal e equipe treinada para o atendimento das famílias e dos bebês prematuros. Mais informações pelo telefone/WhatsApp (47) 3308-5000.

 

Deixe uma resposta

- Publicidade -
banner2
WhatsAppImage2021-08-16at104018-2
previous arrow
next arrow