O governo federal decidiu isentar impostos de importação para uma lista de produtos básicos, como carne, milho, azeite e até biscoitos. A medida, que parece um alívio para o bolso do consumidor, é, na verdade, um remendo em um tecido econômico cheio de furos. E, convenhamos, vindo de um governo de esquerda, soa como um flerte descarado com o liberalismo econômico. Irônico, não?
Mas vamos ao ponto: o Brasil é líder global na produção de muitos desses itens. Então, por que importar o que já produzimos? A resposta, para alguns, é clara: uma estratégia velada para enfraquecer o agro nacional. Afinal, o agro foi um dos pilares do governo anterior, enquanto o atual tem laços históricos com movimentos como o MST. Isso é tudo, menos coincidência.
A medida, embora paliativa e com algum mérito, não resolve o problema maior. A inflação segue galopante, e os preços de outros produtos, fora da lista de isenção, continuam subindo. É como tapar um buraco enquanto outros três se abrem. A verdade é que, enquanto a isenção pode dar uma ajuda temporária, ela não toca nos problemas reais da economia, que são muito mais profundos. O Brasil tem uma estrutura econômica frágil e questões muito mais sérias para resolver do que simplesmente aliviar os impostos de alguns produtos.
E onde está a política econômica de verdade? Onde estão as reformas estruturais que poderiam dar uma resposta mais eficaz à inflação e criar estabilidade para o futuro? O governo parece mais preocupado em apagar incêndios do que em construir uma base sólida para o Brasil. Essas medidas pontuais até ajudam, mas não são suficientes para enfrentar o problema de fundo, que é o que está por trás da alta dos preços e da estagnação da economia.
O governo precisa começar a pensar em algo mais sólido para o país. A relação com o setor produtivo precisa ser mais clara e eficiente, e as ações precisam ser focadas no longo prazo. Não basta aliviar a carga de impostos aqui e ali; é preciso criar um ambiente que favoreça o crescimento, a competitividade e a redução de custos de maneira mais duradoura. O Brasil precisa de reformas reais, e não só de medidas emergenciais que, no fim, não vão mudar o cenário.
No fim das contas, a isenção de impostos pode até aliviar o custo da cesta básica, mas não é a solução mágica que o Brasil precisa. O país clama por um choque de reformas que incentive a produção, reduza a burocracia e traga estabilidade econômica.
A salvação da lavoura chegou! Ou seria a salvação da narrativa?