Livro Rastros Homiléticos é a última obra escrita pelo padre do Lageado Alto (Foto: Suelen Cerbaro)

“As homilias são dirigidas às assembleias litúrgicas. Os textos que tiveram antes outro habitat natural, agora sofrem com a palidez da compilação livresca… Textos que foram proclamados e voaram pelos ares. Estas homilias não foram preparadas para leitura. Há certamente muita falta de concatenação. Mesclam partes gravadas, rascunhos escritos e outras preparadas de antemão. Dos corpos ficaram os despojos. Ei-los! É um refugo. Seria então guardar restos? Creio que sim. Mas Jesus, na multiplicação dos pães, também pediu que se guardassem as sobras.

Ler, escrever, pesquisar faz parte da missão do sacerdote. Mas tudo isso ele o faz para uma missão maior, ser um pregador da Palavra de Deus, o mais lídimo dos apostolados. Como o sacerdote não prega a si mesmo e a Palavra que profere não é dele; o faz porém, com características próprias.

É preciso esclarecer que na homilia, o anúncio é abrigado por uma linha de duas extremidades: De um lado estão coisas que não são do ministro, são do grande universo alheio. Por outro lado o anúncio é totalmente seu, as coisas que diz são suas. É possível que aqui resida o equilíbrio da pregação: Apropriação de toda a riqueza da Palavra de Deus, atualizada na realidade, com o típico de cada pregador. Sei o quanto há de imperfeições nesses textos vindos à tona no calor do momento, impelidos pela necessidade, sem maiores preocupações com pesquisas, fundamentação ou reflexões mais bem compostas. Isto não é estudo, não é tese, não é teologia, não é doutrina. É bricolagem de minha limitada compreensão de mundo. Mesmo assim, tentei acender pequenas luzes para o hoje, num difícil equilíbrio entre fé e vida.

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As almas devem ser acrisoladas pela Palavra de Deus, essa é minha certeza. É por isso que estou apresentando uma pequena coletânea de homilias e alguns textos extras. São algumas de minhas reflexões proferidas no primeiro lustro do ministério sacerdotal em sua grande maioria no Santuário de Nossa Senhora de Azambuja, em Brusque.

O que almejo é que estas reflexões possam servir para alguma nutrição espiritual, conservando inclusive um vínculo com a liturgia e com arte da oração, adaptando-se os pendores de cada leitor. Depois de tantos limites, alguns aqui apontados e outros tantos encontráveis pelo gentil leitor, faço ardentes votos que tais reflexões continuem de alguma forma a apresentar a Palavra Deus, e a contagiar para o seu Amor”.

Padre Eder Celva

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