Nascido em 25 de dezembro de 1987, Eder Claudio Celva é envolvido pelo amor ao que é próprio de sua terra, buscando em suas inquietações traduzir a linguagem, os hábitos e os costumes de Guabiruba. Não só escreve sobre a história de personalidades e instituições da Arquidiocese de Florianópolis, um serviço pessoal e livre que presta à Igreja, como também sobre temas históricos. Desde 2016 trabalha em Azambuja – Brusque. É Vigário Paroquial do Santuário e Formador do Seminário Menor Metropolitano Nossa Senhora de Lourdes.

É o guabirubense que possui mais obras publicadas, são nove livros. Após ter fundado o Memorial Ítalo-Guabirubense Sacristão Francesco Celva, no Lageado Alto, articulou a fundação da Academia de Letras de Santa Catarina – Seccional Guabiruba, que se tornou realidade em 2017 com Roque Luiz Dirschnabel, que a presidente.

A seguir, você confere alguns aspectos da trajetória de vida do padre Eder, natural do Lageado Alto.

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 Guabiruba Zeitung: Quem é Eder Claudio Celva?

Eder Claudio Celva: A sociedade está encantada com a pessoa de nosso amado Papa Francisco. A mesma pergunta foi feita a ele por um jornalista; quero usar sua humilde e realista resposta: “sou pecador, para quem o Senhor olhou com misericórdia e amor”. Creio firmemente que Deus foi me chamando no cotidiano de minha vida justamente porque sou fraco e reconheço minha indignidade perante tão grande mistério: participar intimamente do Sacerdócio de Cristo, o Sacerdote por excelência. 

GZ: Seu lema sacerdotal é “Jesus Lembra-Te de mim – Lc. 23,42”? Por quê?

Porque justamente faz eco a esta minha percepção e verdade. Assim só posso clamar, como o malfeitor arrependido, que na última hora teve um ato de grandeza de alma e “roubou o céu”. Costumo dizer que este ladrão arrependido, a quem a tradição atribuiu o nome de São Dimas, foi o único santo “canonizado” pelo próprio Cristo. Espero que depois de terminada minha missão sacerdotal sobre este mundo – o mundo é a casa do padre – o próprio Jesus diga o que disse para aquele que me emprestou seu grito: “ainda hoje estarás comigo no Paraíso” Lc. 23, 43.

GZ: Quando o sacerdócio entrou na sua vida?

Na minha vida não houve um momento, uma pessoa, um lugar; o que houve foi um lento caminhar inserido em minha comunidade de origem. Tudo, até mesmo minhas fraquezas e contradições, foram preparando-me para o chamado de Jesus. Vivenciei a fé sob o impulso amoroso da Graça de Deus, mesmo sem ter muita consciência de tão magno carinho da parte de Deus para comigo.

Eu estava orientado ao casamento, como todo bom rapaz, pensava em me casar, construir minha casa, cuidar da família e seguir ajudando minha comunidade, pois desde criança participava de muitas formas e era coroinha. Só que Deus tem seus caminhos… Dentro de mim havia – e há – um clamor incessante, que me incomodava e pedia que me aproximasse do Crucificado para divulgar seu plano de amor. Com alegria fui ouvindo, vendo, sentindo nos eventos que cercam nossa existência o que Deus queria de mim; encorajado ingressei no Seminário. O chamado ao serviço presbiteral é sempre um mistério que se revela parcialmente à medida que nos deixamos modelar pela sabedoria salvífica do Evangelho sempre a nos provocar.

GZ: Como foi sua trajetória educacional?

Fiz minha formação inicial em minha cidade – Guabiruba – na escola Professor Arthur Wippel e Colégio Estadual Prof. João Boos. Depois do ensino médio, comecei a faculdade de filosofia em Brusque. Lá convivi com muitos seminaristas, travei amizades, e continuei a filosofia morando no Seminário Arquidiocesano Nossa Senhora de Lourdes em Azambuja – Brusque. Residi um ano (2010) em estágio integral na paróquia Senhor Bom Jesus de Monte Alegre- Camboriú, e fui fazer minha teologia por quatro anos no ITESC, em Florianópolis. Como é praxe em nossa arquidiocese, terminados os estudos teológicos, com o parecer positivos dos formadores, o arcebispo tendo em vista a necessidade das paroquias, nos designa para residir e colaborar em alguma delas; para mim, indicou a paróquia de Tijucas.

GZ: Quais livros já publicou?

Imigração Italiana em Guabiruba (2008), História da Igreja Católica em Guabiruba (2013), Monsenhor Augusto Zucco, Centenário de Nascimento (2015), Pensares Cotidianos (2015), Cultura e Religiosidade de um Povo (2016), O Cotidiano de uma Vida – Frei Pascoal (2017), Devocionário Vale da Graças (compilação – 2017), Padre Guilherme Kleine, Amigo de Brusque (2018), Monsenhor Valentim Loch, um Padre da Igreja que Amou e Serviu (2018), Santa Casa de Misericórdia e Hospital de Azambuja (no prelo – 2019).

GZ: Muitas pessoas em Guabiruba sentem um carinho especial pelo padre. Ao que o senhor atribui isso?

Eu não sei. Só sei que sempre amei Guabiruba e dela participei ativamente mesmo sendo um “zé ninguém”. Só em Guabiruba, sou sócio fundador da ACIC, do Grupo de Dança Tutti Buona Gente, da Academia Guabirubense de Letras. E fui o fundador do primeiro museu da cidade, recolhendo peças desde minha infância, um trabalho que me custou anos de empenho. Ainda mais, escrevi nove livros. Sem contar minha atuação em âmbito eclesial em Guabiruba, sendo sacristão da igreja do Lageado Alto. Mesmo morando em outras cidades eu nunca parei de me interessar por Guabiruba. Contudo, tento ficar o mais distante possível, pois tenho missão específica para cumprir atualmente em Azambuja, e é aqui que está todo meu campo de missão, mesmo que isso parece para os que me conhecem – e solicitam – uma ingratidão.

Algumas pessoas não me amam tanto assim. Nunca fui achegado a conchavos, não procuro agradar a quem quer que seja, procuro ser bom, justo. Eu sempre fui muito franco, verdadeiro e nem sempre isso agrada. Paciência!

GZ – Quais os planos para o futuro?

Servir a Nosso Senhor Jesus Cristo, seu Evangelho, sua Igreja. Estar à inteira disposição de meu Arcebispo, a quem devo respeito e obediência. Somos todos filhos da Arquidiocese de Florianópolis, a qual todos – aqui de Guabiruba, Brusque –pertencemos.

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