Voltar e refletir

Interessante é que no Evangelho do terceiro domingo da Quaresma, que antecedeu aos momentos difíceis que atravessamos – depois do dia 17 de março – Jesus dizia que não se irá mais a um lugar para adorá-lo. Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em Espírito e verdade. De fato, estes são os adoradores que o Pai procura… (Jo 4,23). Sim, ninguém mais participou da vida litúrgica e celebrativa em um lugar, no templo.

Assim, a pandemia estabelecida trouxe-me muita reflexão e meditação sobre a transitoriedade e precariedade de todas as coisas. Eu aproximei-me mais de Deus, com meios inusitados é verdade, mas o fiz. Nós somos pessoas de fé e para nós tudo, inclusive o sofrimento, é oportunidade para o Amor.  Mas, tudo nos remete ao mistério do amor de Deus? Sim, pela fé, pela esperança e pela caridade.

É tudo muito grave para não pensarmos Nele. Por outro lado, este vírus nos mostrou a nossa fragilidade, a nossa insignificância… Microscópico, invisível para quase toda a humanidade, mas, poderoso, capaz de abater nossos mais poderosos exércitos, nossa mais portentosa ciência, nossa mais poderosa civilização. E rapidamente. É a nossa fragilidade, é a nossa arrogância, é o nosso progresso sendo nocauteado mortalmente. Somos ínfimos e por mais que nos arroguemos à magnitude científica a resolução de todos os problemas, continuamos precários como sempre fomos. Nada somos.

O que de melhor podemos tirar disto tudo é a consciência de nossa nulidade, da reflexão que Deus nos impõe: o que Ele quer nos dizer com isto? O vírus nos abrigou ao recolhimento, ao retiro, à meditação, como se tivesse servido de alerta para colocar a humanidade em seu lugar e não no lugar do Onipotente. Tempo para refletir.  Depende de nós aproveitarmos a lição…

Vamos sair dessa melhores. Temos que agradecer por tudo, por tanto. Deus tem sempre mais para dar do que já deu. O único inconvenientezinho é que o Brasil não vai mais funcionar em 2020. Ai que dor! Agora, só depois do carnaval do ano que vem.